Frederico Morais escreveu história na África do Sul. O português assinou a primeira onda perfeita, e chegou a uma final inédita para o surf português.

Não se trata da primeira manifestação da qualidade de Kikas, que desenvolveu apetências físicas e tem-se preparado, mentalmente e tecnicamente, para as exigências de um circuito mundial, mas é a confirmação de todas as promessas deixadas pelo próprio nos últimos meses.

Com ambições bem estruturadas, e um trabalho desenvolvido de forma muito metódica, Morais parece no caminho certo para uma carreira de grande sucesso, que inspirará ainda mais o número crescente de praticantes em Portugal.

Também Fernando Pimenta continua a juntar medalhas a todo o trabalho desenvolvido na canoagem, depois de uns Jogos Olímpicos em que apenas as finais não lhe correram bem. Mais duas, a de ouro em K1000 e a de prata em K5000, com a revalidação do título europeu na primeira distância, a elevarem ainda mais o nome de um atleta excecional.

Destaque ainda para Telma Monteiro, que ao fim de 11 meses sem competir na sequência de uma lesão no ombro contraída nos Jogos Olímpicos, regressou para vencer o Open Europeu de Minsk. A judoca, bronze no Rio de Janeiro, veio mesmo para ficar e parece querer prová-lo a cada prova. É tão bom que mantenha esta fome, aos 31 anos.

Uma última palavra para a Seleção Nacional feminina, que ao apuramento histórico para o Campeonato da Europa juntou agora uma primeira vitória, graças sobretudo a uma segunda parte bem conseguida – assinalável a capacidade de ir em busca da vitória, depois de ter sofrido o empate contra a corrente do jogo – frente à Escócia.

Trata-se do fruto natural da exportação de alguns dos talentos no passado recente, e da aposta declarada da Federação, com a entrada de equipas com maior poderio, como Sporting e Sporting de Braga, capazes de cativar as melhores jogadoras portuguesas para um campeonato mais organizado e de torná-lo também mais mediático.

Faltarão ainda outros clubes – não há razão para não achar que Benfica e FC Porto possam ajudar – a fim de aumentar a competitividade e até conseguir injetar algumas estrangeiras de qualidade, de nível superior ao que já temos. Porque é com os melhores, neste caso as melhores, que se aprende. O caminho está traçado, e é estável. Chegar ao topo dependerá obviamente de muitos fatores.