Será esta a altura de começarmos a duvidar do bom preço que teve a venda de Bernardo Silva ao Monaco?

É que talvez faça já algum sentido começarmos a projectar um nível mais elevado para o internacional português do que os 15,75 milhões que rendeu em janeiro.

O jovem avançado ultrapassou com distinção o seu primeiro grande teste: saltar, com qualidade, do segundo escalão português para uma equipa que luta pelos primeiros lugares em França. Tem crescido muito, decidido jogos e, na sexta-feira, assinou dois golos fantásticos, pincelados com classe.

Se Bernardo não é ainda indiscutível no onze de Leonardo Jardim estará certamente a dar passos largos nesse sentido. No Principado, ninguém parece arrepender-se do que custou o futebolista de 20 anos, comprado ao Benfica.

Este não é, no entanto, um desce aos encarnados, que continuo a perceber, tal como escrevi há quatro meses. O clube da Luz preferiu ter 15 milhões na mão do que ver 30 ou mais, com mais uns meses/anos em cima, a voar. E uma das cartas em cima da mesa para dar sequência à ideia tinha a figura de Jesus, que dificilmente daria tantas oportunidades a Bernardo como deu Leonardo Jardim.

Bernardo não engana. Já o dissemos provavelmente vezes a mais, mas deste não parece haver dúvidas. O Monaco terá feito - agora que é mais fácil ver - um melhor negócio do que o Benfica.

Nem só das cores de Bernardo se pintou o fim de semana: Cristiano Ronaldo voltou a marcar de livre tanto tempo depois, e ficou com o seu Real Madrid a dois pontos do Barcelona; Mourinho ficou a quatro vitórias do título na Premiership.

Marcaram-se golos mágicos também, que merecem destaques. Robert Lewandowski mostrou-se em forma com um bis ao Eintracht - o primeiro golo fantástico, em vólei - a poucos dias do Dragão:


O argentino German Denis desenhou um brilhante pontapé de bicicleta, ao serviço da Atalanta, antecedido de um toque de calcanhar e de uma assistência de cabeça por parte de um companheiro:


Pela Real Sociedad, o uruguaio  Chory Castro revisitou o golo-sem-cair do holandês Marco van Basten em 1988, mas do outro lado do campo, com o pé esquerdo, no empate com o Corunha (a partir dos 6:00):


Çalhanoglu assinou mais um livre direto perfeito, o quarto da temporada, pelo Bayer Leverkusen mostrando que é um dos especialistas mais eficazes da atualidade:


Também o PSV ficou mais perto do título na Holanda e em grande estilo, com um remate fantástico do meio da rua, por intermédio de Joshua Brenet. ​

Por cá, os do topo venceram e mantêm as diferenças. As decisões aproximam-se. Na metade de baixo, o Estoril garantiu a permanência apesar do ano mais atribulado do que os anteriores.

Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no  TWITTER.