Não é a primeira vez que aqui se elogia Leonardo Jardim, e dificilmente será a última.
Façamos um exercício. Deitemos um olhar ao plantel:
Subasic (32 anos) chegou em 2012 do Hadjuk. De Sanctis (39) foi contratado a custo zero depois de ter representado a Roma. O plantel tem ainda mais dois guarda-redes jovens: o francês Loic Baidiashile (19), e o senegalês Seydou Sy (21).
Na defesa, o polaco Glik (29 anos) chegou no defeso proveniente do Torino, e Jemerson (24) em janeiro de 2016 do Atlético Mineiro. Raggi (32) faz parte do plantel há mais de quatro anos, depois de ter expirado o seu contrato com o Bolonha. O lateral-esquerdo Mendy (22) foi contratado ao Marselha no início da temporada, Jorge (20) aterrou no Principado em janeiro, depois de comprado o seu passe ao Flamengo. No lado contrário, Sidibé (24) foi adquirido em julho ao Lille, e o maliano Touré (20) saiu da formação. Falta o central Diallo (20), também proveniente da cantera do clube.
Fabinho (23) veio do Rio Ave há quase quatro anos, primeiro como empréstimo, depois numa transferência definitiva. Bakayoko (22) chegou do Rennes em 2014. O campeão europeu João Moutinho (30) cumpre a terceira época no clube, saído do FC Porto. Boschilia (21) assinou em 2015, andou emprestado ao Standard de Liège e voltou para esta época. Já N’Doram (21) foi escalando patamares desde a formação.
Lá para a frente, Lemar (21) era do Caen há duas temporadas. Bernardo Silva chegou do Benfica em 2014, depois de apenas um jogo pela equipa A. Foi primeiro cedido, depois comprado pelos monegascos. Os direitos de Dirar (31) foram adquiridos ao Clube Brugge no último dia do mercado de inverno de 2011-12. Falcao (31) tinha sido vendido pelo Atletico Madrid em 2013, mas face à mudança de estratégia do dono do clube Dmitry Rybolovlev andou emprestado, sem sucesso, a Manchester United e Chelsea, antes de voltar para a presente época. Guido Carrillo (25) veio do Estudiantes há dois anos. Germain (26) é da formação do clube e esteve emprestado ao Nice tal como Mbappé (18) também menino da cantera. Um menino d'oiro, sim.
Um plantel com uma média de idades de 25 anos, e com nove internacionais. Uma equipa sem grandes estrelas, se considerarmos que antes do início das várias competições Radamel Falcao era um ponta de lança a lutar por recuperar o brilho, face ao passado recente, e muito da sua recuperação terá forçosamente que ver com o treinador.
Líder da liga francesa, ainda a discutir a Taça (quartos de final) e Taça da Liga (final) e no top 8 da Liga dos Campeões (quartos de final) depois de eliminar um Manchester City de ambição renovada com a contratação no verão de Pep Guardiola. É impossível não ver obra (de arte) de Leonardo Jardim, capaz de montar todo o puzzle que está nos parágrafos acima.
O último troféu conquistado pelo Monaco data de 2002-03, uma Taça da Liga. Foi campeão pela última vez em 1999-2000. Serão os resultados, mais uma vez, a qualificar o trabalho de Jardim, mas para já tem sido espantoso. A regularidade, mesmo não contando com jogadores fundamentais em jogos decisivos, ainda surpreende mais.
O nome de Leonardo Jardim anda certamente nas bocas do mundo. Com inteira justiça. Haverá dúvidas de que seja o treinador português em melhor momento?
Por cá, o poker de Bas Dost sublinha a qualidade do avançado holandês, fundamental na produção ofensiva de um Sporting a tentar manter-se regular até final da época, sem quase nada por que lutar.
Também Tiquinho Soares, que apenas ficou em branco nos dois jogos frente à Juventus, continua a manter a pontaria bem apurada, importantíssimo na luta pelo título.
No Benfica, a boa notícia é o regresso de Jonas, com golo, numa altura em que Mitroglou atravessa o melhor momento da carreira.
No outro lado do campo, sublinhem-se as excelentes épocas de Ederson, Casillas, Rui Patrício e Marafona, com defesas espantosas. As respetivas equipas devem-lhes muito.
Boa notícia ainda a vitória de Marco Silva, apesar de ainda não chegar para tirar o Hull dos lugares de despromoção. Mas não há como não acreditar no sucesso do treinador português.
