Subasic (32 anos), Sibidé (24), Glik (28), Jemerson (24), Mendy (22), Bernardo Silva (22), Fabinho (23), Bakayoko (22), Lemar (21), Germain (26) e Falcao (30) jogaram de início.

Guido Carrillo (25), Moutinho (30) e Raggi (32) entraram depois.

No banco ainda estavam De Sanctis (39), Boschilia (20), Lottin (17) e Diallo (20).

Percebe-se só de olhar para a ficha de jogo a tendência e, sobretudo, o tipo de matéria-prima com que se trabalha diariamente no Principado.

Este foi o plano de Leonardo Jardim para o embate com o Tottenham, que, com o triunfo por 2-1 – golos de Sidibé e Lemar – qualificou-se em primeiro lugar para os oitavos de final da Liga dos Campeões, num grupo equilibrado que tem ainda CSKA Moscovo e Bayer Leverkusen.

Na Ligue 1 é 2º, a par do Paris Saint-Germain e a três pontos do Nice, e tem o ataque mais concretizador dos principais campeonatos da Europa: 39 golos apontados em 13 jogos. Ou seja, marca uma média de três golos por partida!

Este Monaco, que tem o colombiano Radamel Falcao a tentar recuperar a aura de jogador de classe mundial, é uma equipa sem grandes figuras. Por muito que gostemos de Bernardo Silva (e gostamos!), ainda não tem estatuto de superestrela, tal como os problemas físicos dos últimos tempos de João Moutinho não lhe permitem aspirar a condição semelhante.

Leonardo Jardim está, mais uma vez, a fazer muito com muito pouco.

Mesmo que chegue ao fim sem troféus tudo o que fez até aqui é absolutamente fantástico.

Os primeiros 60 minutos do Benfica em Istambul também cabem aqui. Não podem ignorar-se de tão bons que foram, apesar do que aconteceu depois.

Pressão alta, bloqueio na saída de bola turca, e uma vertigem demolidora nos últimos metros colocaram os encarnados com uma vantagem de 3-0. Gonçalo Guedes, Salvio, Nélson Semedo, Cervi, Pizzi e mesmo Mitroglou, bem sustentados pelo regresso do polvo Fejsa, destroçaram por completo a defesa do Besiktas e poderiam ter colocado a equipa com quatro ou cinco golos de vantagem antes da fantástica tesoura de Tosun.

Bola ao poste de Eliseu, golo de Gonçalo Guedes, golo de Nélson Semedo – golaço! –, golo de Fejsa depois do pinball nos ferros, falhanço de Mitroglou, má receção de Guedes à frente do guarda-redes. Seis oportunidades flagrantes de golo entre o melhor que o Benfica fez nos últimos meses.

O pior veio depois e está aqui. A última meia-hora é inexplicável, e nunca poderia fazer parte deste sobe.

O Sporting ficou curto para passar aos oitavos de final, mas conseguiu mostrar que a diferença para os grandes do continente parece mais pequena. Causou-lhes dificuldades ao ponto de discutir o resultado, mas não conseguiu controlar as individualidades (Ronaldo, Aubameyang, Ramos e Benzema, entre outros).

Tem frente ao Legia, em Varsóvia, a obrigação de dar continuidade ao que já mostrou e continuar na Europa. Percebo as palavras de Jesus. A julgar pela amostra, pode mesmo chegar longe na competição, mas primeiro, sublinhe-se, ainda falta a viagem a Varsóvia.

Não foi, parece-me, uma questão de personalidade ou de atitude, nem de falta de experiência. Real Madrid e Dortmund têm simplesmente melhores jogadores e uma cultura de vitória bem mais implementada. Coates fez um jogo fantástico até Benzema acertar um movimento e um cabeceamento letal para o 1-2, por exemplo.

Os melhores jogadores são aqueles que tomam mais vezes melhores decisões. O Real tem mais desta estirpe no seu grupo.

Os leões saem com uma «vitória moral», e sei que existe a tendência generalizada de desvalorizar exibições em prol dos resultados. Desta vez, acho que, pela repetição das mesmas, o Sporting está mais perto de consegui-los. Para já, tem de transplantar o que fez de (muito) bom para o resto da época.

Seguem-se Liga e competições internas. Depois, Varsóvia e, acreditamos todos, Liga Europa.

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LUÍS MATEUS é o Diretor do MAISFUTEBOL e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».