Num período menos efusivo de Cristiano Ronaldo, que será, ao que tudo indica e com toda a justiça, coroado esta segunda-feira pela FIFA melhor jogador da última temporada, há um português que se tem destacado dos demais.

Depois de tempos difíceis em Paris, com um eventual espaço desde logo ocupado por jogadores de enorme talento e estatuto, e que esta época ainda recebeu Mbappé e Neymar, Gonçalo Guedes está a aproveitar, com rendimento extraordinário, a cedência ao Valência.

Debaixo do olhar atento de um treinador ele próprio a confirmar créditos angariados sobretudo ao serviço do Villarreal, como é Marcelino García Toral, o antigo jogador do Benfica tem impressionado com grandes golos e ainda uma capacidade de explosão incomum, que encaixa na perfeição no futebol de transição «che». O 1-0 ao Sevilha, já depois de ter feito outro golaço ao Bétis, há uma semana, colocam-no no topo dos portugueses em melhor momento.

É verdade que, para já, com a Seleção apurada para o Mundial e a pensar apenas em particulares de preparação, Fernando Santos pouco pode aproveitar a sério do dinâmico avançado, mas o que tem feito ajudará a sustentar a sua condição de opção a ter em conta na hora de escolher para a Rússia. O melhor lado de Guedes, este que vemos agora, tem lugar indiscutível nos 23. O desafio é aguentá-lo até perto da hora da decisão.

Já se falou em Cristiano Ronaldo e no momento menos empolgante que atravessa o capitão da Seleção, mas também pelo menos Bernardo Silva, João Mário, André Silva, Nélson Semedo e André Gomes ainda lutam por um lugar no onze inicial dos «gigantes» que representam. Não têm missão nada fácil, mas a qualidade de todos estes nomes e de outros que seguem numa segunda linha de enorme talento sustenta boas expetativas para o futuro. A título individual e coletivo.

Ao mesmo tempo, Sporting, Benfica e FC Porto estão no top-15 dos clubes que mais fornecem jogadores formados localmente às ligas europeias, com destaque para os leões, em quinto lugar.

O futebolista português, que na verdade é o que o futebol indígena tem de melhor, ganha espaço e projeção cada vez maiores por esse mundo fora, e a tendência é para aumentar exponencialmente.

O mérito é da afirmação de jogadores como Guedes, e de todos os que chegaram antes. Por cada português que se afirma haverá um outro mais perto do topo.