Antes de mais, belo dérbi!

Agressividade, pressão alta na saída, espaços reduzidos por culpa também das defesas subidas, e um ritmo forte do princípio ao fim.

Um Sporting mais de contenção, mais na expetativa, e que sustentou ainda mais essa estratégia na vantagem no marcador.

Um Benfica que-já-perdeu-tudo-o-resto fiel à posse de bola, à construção em apoios curtos e à envolvência pelos flancos, uma ideia consolidada num plano B com três homens no miolo.

O resultado penaliza os encarnados, ainda a três pontos do Sporting, mas a cinco do FC Porto, uma margem já considerável se bem que com mais de uma volta de campeonato pela frente.

A exibição conseguida na primeira parte no Dragão precisava de um segundo capítulo para consolidar a ideia, e acredito, por aí, que a equipa sentiu-se superior ao rival de Alvalade no final dos 90 minutos.

Isso significa que o conjunto da Luz voltou a ter uma ideia, na qual o técnico já acredita há muito tempo, embora tenha demorado a aplicá-la, em que os jogadores cada vez mais confiam e da qual os adeptos podem, aparentemente, deixar de desconfiar.

Claro que não é perfeita. O plantel tem desequilíbrios para sustentar na perfeição mesmo esse 4x3x3 e, com maior rigor, até necessitaria de jogadores com outro perfil para uma ou duas posições do próprio onze-base. Do ponto de vista dos encarnados o ideal seria corrigi-los neste mercado.

O problema para o Benfica não é já a sua ideia – o que signfica que já recuperou alguma coisa desde o início de temporada, em que até os jogadores acumulavam jogos e jogos em cima da desconfiança –, mas a regularidade dos rivais, que têm vacilado muito pouco.

Seja qual for o resultado no final, é muito provável que o sistema tenha vindo para ficar por algum tempo.