O triunfo do Sporting na Taça da Liga teve claramente um herói.

Renan Ribeiro.

O guarda-redes foi protagonista na meia-final, frente ao Sp. Braga, num jogo em que talvez o Sporting não merecesse ganhar, e foi protagonista na final, frente ao FC Porto, num jogo em que o Sporting muito provavelmente não merecia ganhar.

O brasileiro enfrentou o médico cénico de que Gabriel Garcia Marquez falava, e que Jorge Valdano adaptou para o futebol, para virar o jogo depois dos noventa minutos.

É certo que falhou no golo do FC Porto, mas já antes tinha negado o golo a Felipe e depois... bem, depois, foi o herói que o Sporting precisava que ele fosse.

Ora numa altura em que continua sem convencer os adeptos leoninos, até porque a herança é pesada e exige desempenhos praticamente sem falhas, o feito alcançado em dois jogos em Braga pode ser importante para ganhar tempo e determinação.

É verdade que o caminho para ultrapassar o ceticismo que significa ser o sucessor de Rui Patrício é longo, mas Renan sai pelo menos reforçado na legitimidade para ambicionar sê-lo: reforçado perante os adeptos, reforçado perante os colegas e reforçado perante o espelho.