Nas últimas duas décadas, o Sporting de Braga colocou-se num patamar próprio, entre os tradicionais ‘grandes’ e o restante pelotão de emblemas nacionais.

O centenário ‘Braguinha’ já não existe; deu lugar a um clube estruturado, sólido e profissional. As presenças em finais deixaram de ser ‘fogachos’ ocasionais, passaram a ser objetivos permanentes. E tangíveis.

Não é coincidência, claro, que este crescimento se verifique nos mandatos de António Salvador, que modernizou a gestão do clube e colocou os braguistas a sonhar mais alto, com mais exigência.

O Estádio Municipal de Braga, palco do Euro 2004, pode simbolizar esse salto em frente. Mas o clube não se ficou pela mudança de palco; fez disso o ponto de partida para crescer estruturalmente.

A escolha acertada de treinadores também passou a ser uma imagem de marca.

Jorge Jesus, José Peseiro, Paulo Fonseca, Ruben Amorim e Carlos Carvalhal venceram troféus.

Jesualdo Ferreira, Abel Ferreira, Domingos Paciência, Leonardo Jardim ou Sérgio Conceição deixaram marca.

Depois deles, a aposta em Artur Jorge parecia um risco.

Tem enfrentado as dificuldades, tentado superar as debilidades (por demais escrutinadas) e feito o seu caminho. Esta Taça da Liga dá-lhe mais lastro e premeia um projeto.

Os ‘Guerreiros do Minho’ sonham com o título da Liga. Ousam assumir esse desejo. Parece demasiado ambicioso. Pelo menos, para já.

É verdade, o Boavista da viragem de século chegou lá – e ninguém diria que a queda seria tão abrupta. Faltou o tal crescimento sustentado, que é mais do uma mera forma de expressão.

Em Braga pode não haver campeão, mas há troféus conquistados. Agora mais uma Taça da Liga.

Um clube que avança sem dar o passo maior do que a perna. E que continua a subir degraus. Mesmo que, por vezes, pareça estar a fazê-lo mais devagar do que poderia fazer.