As Sociedades Anónimas Desportivas dos três clubes grandes em Portugal divulgaram nos últimos dias de novembro as contas relativas ao primeiro trimestre do ano e nem todas saem bem da fotografia. Ou melhor, só o Sporting tem razões para sorrir.

O clube de Alvalade é o único a conseguir apresentar um resultado positivo de 7,2 milhões de euros, enquanto o FC Porto apresenta um prejuízo de 12,4 milhões e o Benfica atinge os 9 milhões de euros de resultados líquidos negativos.

O trabalho de Bruno Carvalho merece destaque, não só pelos resultados da equipa de futebol, que saltou da crise do ano passado para a liderança nesta temporada, mas também a nível financeiro. A redução de custos com pessoal e a venda de Bruma e Tiago Ilori (16,2 milhões de euros) muda completamente o cenário. Se no ano passado, por esta altura, a SAD apresentava um prejuízo de 7,7 milhões de euros, agora tem lucro de 7,2 milhões.

FC Porto no vermelho

No extremo oposto está o FC Porto, que apresentou um resultado ilíquido negativo de 12,430 milhões de euros, justificado pela ausência de transferências de jogadores. Apesar dos resultados operacionais terem crescido 2,575 milhões de euros, continuam no vermelho em 5.012 milhões. Os custos operacionais cresceram três por cento, registando-se uma diminuição de 829 mil euros nos custos com pessoal, em comparação com o período homólogo. O passivo «mantém-se praticamente inalterado».

Mas os dados mais curiosos do relatório apresentado são os relativos a transferências de jogadores, com destaque para Ghilas, que se sabe agora ter custado 3,8 milhões de euros (por metade do passe). Herrera custou 8 milhões de euros por 80 por cento do passe, enquanto Quintero justificou um investimento de 5 milhões em 50 por cento do passe. Os dragões garantiram ainda Licá (60%), Carlos Eduardo (60%) ou Ricardo (80%). Christian Atsu foi vendido ao Chelsea por três milhões de euros.

Benfica não recupera

Também o Benfica não apresenta números animadores, tendo registado resultados líquidos negativos de 9 milhões de euros e resultados operacionais negativos de 4,1 milhões de euros no primeiro trimestre de 2013/14. Tal como aconteceu com o FC Porto, o facto de não ter feito transferências importantes prejudica o resultado comparando com o ano passado. Vendeu apenas Melgarejo por por cinco milhões de euros e o avançado Rodrigo Mora por 3,5 milhões.

A SAD do Benfica aponta ainda que «assumiu compromissos financeiros no decorrer do primeiro trimestre de 2012/13 para a aquisição de direitos desportivos no montante global de 24,2 milhões de euros, sendo de destacar os atletas Pizzi (seis milhões por 50% do passe), Fejsa, Funes Mori e Lisandro Lopez». No documento surge uma dívida de 1,6 milhões de euros ao Olympiakos (por Fejsa) e 1,3 milhões de euros ao Arsenal de Sarandí (por Lisandro López).

Quanto a Sulejmani, que terá vindo a «custo zero» para a Luz, o Benfica apresenta uma dívida de 2,25 milhões de euros com a empresa Top Pro (não esclarecido se esta verda é exclusivamente devido ao jogador sérvio). Em julho, a SAD do Benfica transferiu 20 por cento dos direitos de Sulejmani para o seu fundo de jogadores, a troco de 1,250 milhões de euros.

O Relatório e Contas dá ainda conta de que houve um aumento de 28,3% dos gastos operacionais consolidados - passou de 18,9 milhões para 24,2. «O passivo consolidado da Benfica SAD ascende a cerca de 457 milhões de euros, tendo crescido 3,7% face ao valor apresentado a 30 de junho de 2013, sendo as principais rubricas responsáveis por esta variação os empréstimos obtidos e os diferimentos», lê-se no relatório.

FC Porto - Resultados do primeiro trimestre 2013/14





Benfica - Resultados do primeiro trimestre 2013/14




Sporting - Resultados do primeiro trimestre 2013/14