Ainda não foi desta que o Sp. Braga voltou aos triunfos. Os «Guerreiros» não foram além de um empate a duas bolas, conseguido já nos descontos diante do Arouca. O final do encontro foi de doidos, com o Arouca a dar a volta ao resultado no últimos dez minutos, permitindo um último fôlego aos minhotos, capaz de cifrar o resultado no empate, quando já passavam dois minutos para lá dos noventa.

Jesualdo apresentou-se para o embate com o Arouca com algumas particularidades no seu onze. Santos regressou ao eixo defesa depois de cumprir castigo, fazendo dupla de centrais com o estreante Kadu. Tomás Dabó também regressou à equipa depois de quatro meses sem jogar no conjunto principal. Apenas Núrio se manteve no quarteto defensivo em relação à última jornada. Com Rafa a ser a ausência notada dos «Guerreiros», Rúben Micael regressou ao meio campo depois de quase dois meses no estaleiro.

Do lado do Arouca, Pedro Emanuel também apresentou algumas mexidas no seu conjunto. Ivan Baliu, castigado, deu o seu lugar a Dias, enquanto que Nuno Coelho regressou e reocupou o seu lugar no eixo da defesa. Bruno Amaro também regressou ao meio campo.

Sp. Braga convergiu em Ruben Micael

A equipa do Arouca soube apresentar-se em Braga jogando com todas as variantes do jogo. Organizou-se no tabuleiro de jogo de forma matreira e pronta a destilar veneno. Deu de bandeja a iniciativa de jogo aos bracarenses, esperando que o síndrome da crise instalada na pedreira obrigasse os bracarenses a errar.

O regresso de Ruben Micael o meio campo do Sp. Braga trouxe aos «Guerreiros do Minho» velhos vícios do passado. Não é que o médio tenha culpa, mas a verdade é que com o catorze em campo o jogo arsenalista conflui quase que exclusivamente para o seu raio de ação. A postura sempre interventiva e enérgica do médio, sem bola, levou a que invariavelmente os lances de ataque se limitassem ao corredor central.

Tarefa facilitada para o Arouca de Pedro Emanuel que montou um tampão na zona nevrálgica do terreno, tapou os espaços ao Sp. Braga e enervou os pupilos de Jesualdo Ferreira que não eram capazes de fluir jogo com a muita bola que detinham.

Resultado. Uma primeira parte pobre, sem grandes lances de interesse e jogada quase sempre muito longe das balizas.

Minutos finais frenéticos

No segundo tempo a história foi outra. Ganhou cor ao ritmo do desenrolar do jogo e com as incidências logo a abrir. Já com Rafa em campo, deixando Rúben Micael nas cabines, o Sp. Braga entrou bem na segunda parte e numa série de cantos colocou-se em vantagem no marcador. Alan bateu o canto, Custódio finalizou no coração da área.

Poucos minutos depois, o Sp. Braga, que até podia partir para uma exibição tranquila, ficou reduzido a dez elementos por expulsão de Núrio. O lateral canhoto viu duas cartolinas amarelas, justas, e deixou os minhotos a jogar em inferioridade numérica mais de meia hora.

Invertiam-se os papéis. Em vantagem, mas em inferioridade numérica, o Sp. Braga encolheu-se e atirou a pressão para o lado do Arouca, que corria agora atrás do prejuízo. O Arouca não conseguia criar grande perigo, mas de vez em quando lá ia dando sinais de vida. Até que a dez minutos dos noventa Roberto, que tinha saltado do banco, bateu Eduardo e gelou a pedreira.

O cenário ficou ainda pior quando, a dois minutos do fim, Ceballos completou a reviravolta no marcador. A pedreira quase ia abaixo entre assobios e insultos a Jesualdo Ferreira. Contudo, os momentos finais do encontro foram mesmo frenéticos e o Sp. Braga voltou a empatar.

Acabou empatado um jogo que começou muito morno e acabou a um ritmo estonteante no Municipal de Braga. O Sp. Braga não se conseguiu livrar da crise de resultados, o Arouca conseguiu o quarto empate consecutivo.