O Sp. Braga ganhou vantagem praticamente irreversível sobre um adversário directo na corrida pelo acesso às competições europeias. Com a vitória pela margem mínima (1-0), graças a um golo de Delisabic, a formação arsenalista conta com uma dezena de pontos à maior sobre o Nacional, quando faltam disputar cinco jornadas até ao cair do pano da Liga 2005/06. A vitória foi celebrada de forma redobrada por Jesualdo Ferreira, ao ser conquistada sem o contributo de sete jogadores que, por lesão ou castigo, ficaram de fora.
Começou no banco o confronto europeu. Os primeiros cigarros começaram a ser fumados antes do início do encontro, tanto por Jesualdo Ferreira como por Manuel Machado. O treinador do Sp. Braga desenhou uma equipa inclinada para a esquerda e com tracção à frente, com dois pontas-de-lança (Kim e Delibasic), enquanto o Nacional surgiu no Minho sem nenhum no onze, apostando na mobilidade de um quarteto de unidades ofensivas, que se desdobravam entre o meio-campo e o ataque.
Ausências de parte a parte, por motivos distintos. Na equipa da casa, os castigados João Tomás e Luís Filipe juntaram-se aos lesionados Paulo Jorge, Davide, Marinelli, Cesinha e Hugo Leal. Na formação insular, as mexidas no onze são justificadas pela necessidade de agitar as águas, nesta altura torbulentas. A revolução de Machado atingiu tudo e todos e mexeu em pilares da equipa, como Patacas e Chaínho. A estratégia, essa, ficou condicionada pelo tento precoce dos bracarense.
Ao minuto 12, Rossato lançou Vandinho, com o brasileiro a cruzar para Delibasic que, no interior da área do Nacional, cabeceou para fora do alcance de Hilário. O treinador visitante olhava para o banco e via-se obrigado a desmontar a táctica, recorrendo ao único ponta-de-lança disponível: Chilikov. O outro, melhor marcador da equipa, André Pinto, ficou de fora, por se encontrar em final de contrato e ser alvo do interesse....do Sp. Braga.
À força, o Nacional abedicava das cautelas, procurando evitar o sexto jogo consecutivo sem conhecer o doce sabor da vitória. No reatamento do encontro, Manuel Machado apostou ainda em Serginho Baiano. Sumiam os medos, de parte a parte, pois o Sp. Braga aproveitava o balenceamento ofensivo dos madeirenses para colocar em sentido Hilário.
Chilikov lançou algumas ameaças, numa segunda parte de grande qualidade, digna de dois candidatos às competições europeias, mas o Sp. Braga continuou a transmitir uma imagem de maior coesão, entrosamento, fruto de um sistema imune a mutações de monta, com o qual os jogadores estão devidamente enquadrados. O Nacional passou grande parte do encontro à procura da sua identidade e ainda não foi em Braga que a voltou a encontro. Sexta vitória local em sete confronto entre os dois emblemas, no Minho, e via aberta para a equipa de Jesualdo Ferreira, com a Europa no horizonte.