E agora algo completamente novo. O Sp. Braga ganhou e ganhou com sorte. A novidade está, claro, na segunda premissa da última frase. A viragem para a segunda volta parece ter trazido dados novos à formação bracarense, ela que tantas vezes se queixou da falta de sorte antes. Uma falta de sorte com acento tónico na finalização.
Pois se a sorte quis esta noite acompanhar a equipa de Jesualdo Ferreira, fê-lo sobretudo na finalização. Um remate de Wender cheio de felicidade ofereceu à equipa uma vitória que esteve tremida. O brasileiro arrancou da esquerda, desviou-se para o meio e chutou com o pé direito um remate que bateu em Renato para entrar mesmo junto ao poste.
Até esse momento a U. Leiria pareceu ter estado sempre por cima. A formação de Jorge Jesus entrou no jogo cheia de azar e logo nos primeiros cinco perdeu Harrison por lesão. Pelo meio quase perdia João Paulo, mas o trinco haveria de recuperar. Por estranho que pareça, contudo, o infortúnio inicial acabou por trazer uma pequena vantagem à equipa.
Por entre estes dois factos passou um quarto de hora sem futebol algum. Muitas paragens, muito tempo perdido e pouco futebol junto à relva. O que houve foi quase apenas da U. Leiria, que entrou no jogo cautelosa, procurando não se deixar surpreender pela ausência de um jogador, e num certo momento de dois, que estava fora do terreno.
Quando então as equipas voltaram a estar com onze elementos, já o jogo estava tão morno que até metia dó. Um bocejo. A U. Leiria continuou então a manter mais posse de bola e com isso esvaziou o balão de euforia bracarense. A formação de Jesualdo Ferreira apenas em meia-dúzia de ataques rápidos, quase sempre lançados pelo pé esquerdo de Marinelli, conseguiu agitar o jogo. Em dois deles teve duas grandes ocasiões para marcar, primeiro por João Tomás que falhou na cara de Costinha e depois num remate de Madrid que o mesmo Costinha defendeu. Pelo meio ainda lamentou um penalty não marcado por mão de Éder na bola. Uma falha grave numa exibição fraca de Nuno Almeida. A U. Leiria, que é uma equipa matreira que se farta, não se importou nada com o marasmo que estava a ser o jogo e sempre que podia criava perigo. Ainda atirou, por exemplo, uma bola à trave na melhor ocasião de golo da primeira parte.
Vandinho para equilibrar, Kim para forçar
Jesualdo Ferreira não podia estar contente com a primeira parte e logo no reatamento lançou Vandinho e Kim Dong. Ficaram no banco Sidney e Cândido Costa, duas apostas totalmente falhadas. Com estas alterações o Sp. Braga melhorou qualquer coisa. Sobretudo por Vandinho, que veio acrescentar uma dinâmica ao futebol da equipa que o muito mais fixo Sidney não conseguiu dar. Na altura em que Wender arrancou o tal remate cheio de felicidade, já era a equipa de Jesualdo que jogava mas perto da baliza adversária. A U. Leiria teve então de arriscar um bocadinho e abriu espaços atrás, espaços explorados pelo Sp. Braga para estender o jogo e passar o tempo. A coisa ficou então mais fácil e a vitória mais perto. Tanto que só num remate de Ferreira a U. Leiria levou perigo à baliza de Paulo Santos. Uma vitória, por fim, que encerrou três jogos consecutivos do Leiria a ganhar. E que deu sequência ao triunfo da última jornada sobre o Sporting, levando a equipa provisoriamente ao segundo lugar.