Triunfo de gente grande, números de candidato ao topo. Sétima vitória consecutiva na Liga, 12º jogo sem perder, dois registos igualados na história do Sp. Braga. O aflito V. Setúbal só teve pernas para meio jogo e caiu com naturalidade. F.C. Porto alcançado à condição e Lima imparável entre os locais (3-0).

Leonardo Jardim solidifica a sua posição e alcança os melhores registos de Jesualdo Ferreira e Domingos Paciência no Sp. Braga. Obra com estruturas fortes e consolidadas, agora reforçadas por elementos como Miguel Lopes ou Ruben Amorim, alternativas a um onze forte.

Regresso ao passado entre as redes no Estádio AXA. Quim para um lado, Ricardo para o outro, a veterania no reencontro de dois guarda-redes que passaram pelos grandes e pela baliza da selecção nacional. A 29 de Abril de 2007, o Benfica de Quim empatava com o Sporting de Ricardo.

Quim tirou a graça de Meyong

O guardião do V. Setúbal mantém alguns hábitos, como as saídas nem sempre coordenadas da baliza, mas evidenciou boa forma física e reflexos a condizer. Evitou um par de lances de perigo e não teve responsabilidades nos golos arsenalistas.

Na selecção, Quim teve sempre menos oportunidades que Ricardo. Nesta fase, o titular do Sp. Braga tem maior crédito na opinião pública. Aliás, o nº 1 dos locais evitou o tento de Meyong (regresso saudado ao Minho) ao minuto 55, com uma defesa de enorme qualidade.

O Sp. Braga vinha de uma primeira parte agridoce, com mais posse de bola e vários sustos acumulados. Lima colocou uma bola no poste, a passe de Hugo Viana, mas o Vitória foi incisivo em contra-ataque e procurou tirar partido dos seus especialistas nas meias distâncias.

Leonardo Jardim procurava a sua sétima vitória consecutiva, a confirmação de uma época de poderio arsenalista, pódio justificado e segundo lugar à vista, em pressão alta ao F.C. Porto. Após 45 minutos de qualidade média, os minhotos chegaram mesmo à vantagem.

Lima vezes onze

Custódio trabalhou bem a meio-campo e lançou Lima. Este entrou na área, contou com o desvio de Ricardo Silva e viu Ricardo ficar pelo caminho, celebrando o 1-0. Décimo golo (viria a marcar o 11º) para o brasileiro na Liga, um excelente registo a diminuir o espaço para a concorrência. Nuno Gomes que o diga.

O V. Setúbal chegou ao intervalo com razões de queixa. Por um lado, fizera pouco para estar a perder, pelo contrário. Por outro, lamentou um fora-de-jogo mal tirado a Ricardo Silva e uma falta ofensiva assinalada a Targino, num lance em que pediu grande penalidade (não parece). Ainda assim, Bruno Ribeiro prejudicou a sua equipa ao ser expulso por protestos, já no acesso às cabines.

O treinador sadino não regressou para a etapa complementar e viu a formação do Bonfim sofreu o segundo golo pouco depois. Uma vez mais, Lima foi protagonista. O brasileiro voltou a receber a bola na área mas, desta vez, percebeu a movimentação de Alan e assistiu o conterrâneo.

Minutos antes, Quim fizera a tal brilhante defesa após cabeceamento de Meyong. A vitória do Sp. Braga começou na baliza e terminou na inspiração de Lima. Tudo girou em torno do avançado brasileiro.

Alan marca e devolve a simpatia

Os visitantes caíram na etapa complementar, física e amimicamente, deixando espaço para o controlo arsenalista e natural avolumar no resultado. Na recta final, após canto cobrando por Alan, Lima subiu em boa posição e cabeceou para o 3-0.

Meyong podia reduzir a desvantagem sadina mas, na cobrança de um castigo máximo, atirou para o meio e Quim adivinhou. «Eu conheço-te», lembrou o guardião local. Os adeptos do Sp. Braga aplaudiram o antigo ponta-de-lança.

Triunfo natural de um sério candidato à luta pelos lugares cimeiros.