Paulo Alves, José Peseiro, Jesualdo Ferreira, Jorge Paixão, Sérgio Conceição, Paulo Fonseca. Mauro já trabalhou com vários treinadores em Portugal e ficou com uma boa ideia de todos eles.

Em entrevista ao Maisfutebol, antes da visita do Sp. Braga à Luz, o médio brasileiro fala sobre esses técnicos e aproveita para explicar o que Fonseca – o treinador atual – pede aos jogadores que atuam na sua posição. No coração da equipa.

Mauro, 25 anos, leva 27 presenças em jogos oficiais e é um dos homens de confiança de Paulo Fonseca. Uma personagem discreta, até introvertida, e que merece outra atenção mediática.

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O que diz aos seus familiares quando fala sobre o Sp. Braga?
«Digo-lhes que o Sp. Braga já é um clube de grande dimensão e ainda em crescimento. Queremos crescer mais e chegar perto dos três grandes. Com trabalho, humildade e ambição vamos lá chegar».

Joga numa posição fulcral. O que pede Paulo Fonseca aos dois médios centro?
«O Paulo Fonseca pede que façamos receção orientada e que nunca joguemos a bola para o mesmo lado. Pede para virarmos o flanco. Trabalhamos muito esse tipo de aspetos. O nosso treinador diz sempre que a melhor forma de defender é ter a bola. Por isso os médios têm de saber segurar a bola e circular».

Já jogou ao lado do Luiz Carlos, do Vukcevic e do Filipe Augusto. São muito diferentes?
«A nossa equipa é muito bem treinada. Jogue quem jogar, sabe perfeitamente o que tem de fazer dentro do campo. O mister fala connosco, pede-nos detalhadamente o que pretende e por isso as coisas correm bem. Ele nunca repete o onze inicial e mantém a equipa competitiva. Para mim é igual jogar com o Luiz, o Vuk ou o Filipe. Não importa quem joga ao meu lado. Não muda nada, a nossa forma de jogar é exatamente a mesma».

Nesta altura joga com regularidade no Sp. Braga. Mas nem sempre foi assim…
«É verdade. Os primeiros seis meses no Gil Vicente, por exemplo foram duros. Valeu-me a ajuda do Guilherme e do Cláudio, dois grandes amigos. Tive de treinar muito e adaptar-me. Foi um ano de aprendizagem».

Foi por isso que saiu de Barcelos? Para jogar mais?
«Achei que era mais fácil jogar na equipa B do Sp. Braga do que no Gil Vicente, que na altura estava na I Liga. O meu interesse maior era competir regularmente. Tinha 21 anos e o Braga deu-me excelentes condições para trabalhar. Correu bem e depois dei o salto para a equipa A com o José Peseiro».

Falemos dos seus treinadores em Portugal. O primeiro foi o Paulo Alves.
«O Paulo Alves é muito tranquilo, está sempre na dele. Gostei de trabalhar com o Paulo».

E com José Peseiro gostou de trabalhar?
«O plantel tinha muita qualidade e tentei agarrar a oportunidade que o Peseiro me deu. Era um treinador que gostava de por a equipa a jogar bom futebol, ofensivo. Um pouco à semelhança do Paulo Fonseca. Não podemos ter medo de ter a bola. Nos treinos e nos jogos o mister Peseiro é um pouco agitado, mas fora é um homem bom, de bom coração».

Mas a sua melhor temporada é com Jesualdo Ferreira.
«No ano seguinte chegou o Jesualdo e aprendi muito com ele. Joguei quase sempre a titular. Aprendi muito com ele, é o verdadeiro professor. Tive com ele, e com o Jorge Paixão, a minha época de afirmação, sem dúvida».

Uma afirmação que deu um passo atrás com Sérgio Conceição. Porquê?
«Tive algumas lesões na época passada. E eu nunca tinha passado por isso. Ganhei ritmo na equipa B e acabei por fazer um bom final de temporada. Só faltou mesmo ganhar a taça. Vamos tentar este ano novamente. Vamos fazer tudo o que podemos».

E de Paulo Fonseca qual é a ideia que tem?
«O mister Paulo Fonseca é muito rigoroso no treino. No balneário dá-nos liberdade, é equilibrado. É muito inteligente, lê bem o jogo e colocou a nossa equipa à imagem dele. Acreditamos nas ideias dele. Tudo o que ele nos passa é importante. Para agora e para o futuro da nossa carreira. É um homem ambicioso»

Quem olha para os seus dados percebe que falta uma coisa…
«Golos, não é? (risos) Na posição em que eu jogo, penso mais noutras coisas. É lógico que quero fazer golos, mas não estou obcecado. Longe disso. Curiosamente, no Jamor quase que marcava, mas passei ao Salvador Agra. Ele estava em melhor posição. Sei que o golo vai aparecer».

O Mauro é dos mais antigos no plantel. É um dos líderes?
«Bem, o nosso grupo é fantástico, toda a gente se dá bem, mas claro que o Alan é a voz mais importante. Só ele é que é líder».

Faltam menos de dois meses para o fim da época. O Sp. Braga tem muito em jogo. Como está a saúde do plantel?
«Bem, mas ainda não conseguimos nada. Falta muito para a época acabar. A motivação está em cima, estamos felizes, mas temos de manter o mesmo nível».