Uma tem 1,40 metros, outras duas 123 centímetros. Estas três taças são por isso chamadas de monumentais. Só existem em dois locais do país: em Alvalade e na Covilhã. No Sporting da capital, e naquela que foi a filial 8 do emblema lisboeta. E como em muita coisa do futebol português, o fim da monumental taça está envolta nessa rivalidade secular que há entre Benfica e Sporting. A visita dos encarnados à Cova da Beira para a Taça de Portugsl permite vasculhar um pouco o passado do clube beirão e foi isso que o Maisfutebol fez.

Historiador do Sp. Covilhã, João de Jesus Nunes ficou curioso quando percebeu que a taça O Século que está na sede do clube serrano andou por Olhão. Pesquisou jornais, ligou para outros tantos até que encontrou resposta: afinal, a atribuição definitiva do troféu lançado em 1938/39 tinha um regulamento, quer para a I Divisão, quer para a II.

Mas logo aí, houve um problema, conforme explica João de Jesus Nunes ao Maisfutebol: «Ficava com o troféu quem vencesse três campeonatos seguidos. Mas como é que alguém da II Divisão podia ganhar três vezes consecutivas, se subia de escalão?»



A gaffe passou e durante dez anos os restantes requisitos não se verificaram: para além do tri, ficava com a taça quem vencesse cinco campeonatos alternados. Algo que nunca se verificou e que, assim, levou a novo requisito: a taça monumental seria para as equipas que vencessem os campeonatos em 1947/48, dez épocas depois. Sporting e Sp. Covilhã, portanto.

Não há registo da entrega à equipa da Beira, mas é conhecida a foto do capitão do Sporting, Álvaro Cardoso, a necessitar da ajuda dos colegas para levantar o troféu.

No final dos anos 40, as duas taças de 1,23 metros foram entregues. Houve outra que foi parar a Alvalade, porque o jornal cedo decidiu prosseguir com a ideia, como tão cedo o terminou: os leões venceram a I Divisão em 1950/51, 51/52 e 52/53 (completariam o tetra na temporada seguinte) e ganharam a segunda «monumental».

A razão nunca foi revelada. E daí originou o mito: os promotores da ideia seriam benfiquistas e não quiseram ver os leões levantarem o troféu de novo. Nunca foi confirmado, mas também não há desmentido conhecido.