Paulo Bento queria completar o melhor ciclo de resultados da época e fechar o ano em beleza, mas os jogadores não lhe deram essa «prenda». O Sporting não foi além de um nulo caseiro com a Académica, e leva um sabor amargo para a festa natalícia. A equipa leonina revelou demasiada ansiedade e não conseguiu ultrapassar uma Académica que soube encaixar-se bem no adversário e que teve um guarda-redes em grande plano.
O «onze» do Sporting apresentava cinco alterações na equipa, em relação ao jogo da Taça da Liga com o Marítimo. Tiago, Miguel Veloso, Adrien, Vukcevic e Yannick cederam os lugares a Rui Patrício, Caneira, Rochemback, Romagnoli e Postiga. Na Académica, e sem Garcés e Sougou, Domingos apostou em Lito e Éder para a frente de ataque. O capitão Pavlovic regressou à equipa, relegando Nuno Piloto para o banco.
O Sporting procurou assumir as despesas do jogo desde início, mas o arranque não foi muito dinâmico. Embora a equipa leonina se revelasse perigosa no último terço, como sempre, a bola não chegava lá muitas vezes (em condições). Isto porque o meio-campo estava a falhar muitos passes. A Académica também jogava em losango, que encaixava no do Sporting. Havia, por isso, mérito da equipa da Briosa, mas alguns erros da equipa da casa eram resultado de evidente desconcentração. A formação visitante começou a ganhar confiança e a subir no terreno, com Éder em bom plano.
Nos últimos dez minutos do primeiro tempo, porém, o Sporting voltou a crescer. Primeiro foi Izmailov a obrigar Peskovic a defesa apertada, e depois a bola chegou a entrar na baliza. Inspirados por um golo sofrido frente ao Barcelona, na Liga dos Campeões, a equipa leonina marcou rapidamente um livre, com a bola a acabar no fundo da baliza, mas o árbitro, Cosme Machado, não validou (41m).
Duas lufadas de ar fresco, mas Peskovic brilhou diante de Liedson e PostigaO segundo tempo começou com um novo intérprete (Miguel Veloso, no lugar de Caneira), mas com o mesmo argumento. O Sporting continuou a ter mais posse de bola, mas continuava também a denotar alguma ansiedade, sobretudo a meio-campo. A zona intermediária dos visitantes revelava-se mais tranquila e, sem grandes correrias, ia chegando também à baliza de Rui Patrícia. Postiga ainda voltou a meter a bola no fundo da baliza, mas Cosme Machado viu o avançado sportinguista a dominar com a mão (54m).
Da bancada gritou-se o nome de Simon Vukcevic e Paulo Bento, alguns minutos depois, decidiu mesmo lançar o montenegrino, no lugar de Romagnoli (65m). Mas seria Hélder Postiga, mais uma vez, a falhar uma boa ocasião. Miguel Veloso cruzou e o número 23, solto ao segundo poste, atirou por cima. Postiga estava em noite de infortúnio, e pouco depois, na sequência de uma boa jogada de Vukcevic pela direita, falhou o alvo por alguns centímetros.
Domingos já tinha mexido (e bem) na equipa, tirando Lito e Diogo, para as entradas de Licá e Tiero. Paulo Bento respondeu com o último trunfo, Yannick Djaló, que foi encostar-se ao lado direito, com Vukcevic no flanco oposto.
Por esta altura já a Académica pouco atacava, mas o Sporting também não queria marcar. Nem Liedson estava em noite feliz. Na parte final do encontro o «levezinho» dispôs de algumas ocasiões, mas ou falhou o alvo, ou apareceu uma defesa de Peskovic. Já em período de descontos o guarda-redes da Académica «sacou» uma bola em cima da linha de golo, confirmando assim o estatuto de homem do jogo. Em Alvalade já se gritava golo, mas os adeptos leoninos tiveram de se contentar com o empate.