O Sporting apresentou esta sexta-feira o relatório e contas da temporada de 2012/13, desportivamente a pior de sempre, depois da equipa ter terminado a temporada num inédito sétimo lugar. Financeiramente também foi um ano para esquecer para a direção de Godinho Lopes, com um prejuízo de 43,8 milhões de euros, ainda assim, com uma ligeira melhoria em relação ao relatório do ano anterior que contava com um resultado negativo de 45,9 milhões de euros.

Estas contas, que vão ser analisadas numa Assembleia Geral marcada para 30 de setembro, dizem respeito ao período compreendido entre 1 de julho de 2012 e junho de 2013. Estas contas começam por revelar perdas de receitas em toda a linha, desde a bilheteira, patrocínio, publicidade e direitos televisivos e ainda nas quotizações e nos jogos europeus.

No capítulo das transações de passes de jogadores, o resultado é superior ao de 2011/12 e justifica-se essencialmente com as mais-valias da venda dos passes do Ricky van Wolfswinkel (Norwich) e Matias Fernandez (Fiorentina) e aos direitos de formação, nomeadamente de João Moutinho, o que se traduziu num encaixe de 16,9 ME, contra 5,6 ME da temporada anterior.

Na época em que o Sporting procedeu à reestruturação do projeto financeiro, já depois de Bruno de Carvalho ter sucedido a Godinho Lopes na presidência do clube, a dívida financeira sofreu um agravamento em cerca de 41,5 ME e o passivo cresceu de 220 para 258,8 ME.

«O exercício da Sporting SAD agora em análise, referente à época desportiva 2012-2013 foi atípico, fortemente influenciado pela situação vivida no Sporting Clube de Portugal, accionista maioritário da Sporting SAD, e que se caracterizou por uma forte instabilidade. Esta derivou de problemas diversos relacionados com opções tomadas ao nível da gestão, pelos desastrosos resultados desportivos e por alterações sucessivas, nomeadamente ao nível da estrutura do futebol profissional», lê-se no relatório.

A nova direção, presidida por Bruno de Carvalho, diz, no documento, que herdou uma «situação sufocante». «O trabalho desenvolvido pela nova gestão e as novas linhas orientadoras implementadas levaram a que se iniciasse de imediato a um controlo de danos, conferindo o máximo de estabilidade ao nível da gestão para a conclusão da época desportiva em curso e a negociação com os parceiros bancários, tendo em vista a reestruturação financeira», lê-se ainda no documento enviado à CMVM.

Uma situação que a nova direção quer inverter a curto prazo. «Definiu-se como prioridade a renovação de contratos com os jogadores oriundos da formação e com forte potencial e o reforço de alguns jogadores para posições estratégicas que venham a conferir valor e maturidade à equipa», destaca ainda o documento assinado por Bruno de Carvalho.