Bem-vindos ao reino da confusão. A um lugar tomado de assalto pelo caos. Nesta crónica regem os cartões vermelhos e a polémica. O FC Porto, reduzido a nove unidades desde os 40 minutos, suportou de forma heroica (os erros próprios e o excesso de Cosme Machado) as provações e somou um ponto de ouro nesta Taça da Liga.

Todos os aplausos da noite têm de ir para os resistentes de Julen Lopetegui, principalmente para o incansável Rúben Neves e o eterno Helton.

O Sp. Braga só se pode queixar de si próprio. Teve o jogo na mão e desaproveitou 55 minutos em superioridade numérica. Só de grande penalidade, após empurrão de Bruno Martins Indi a Zé Luís, os arsenalistas foram capazes de bater Helton. Alan ganhou esse duelo, mas perdeu a batalha.

OS DESTAQUES DO JOGO: Rúben Neves e um Helton enorme

Adoraríamos escrever apenas sobre lances bonitos, bem desenhados e um grande jogo de futebol, mas desta vez não é possível, como já terão percebido.

Depois de ter assinalado um penálti a favor do FC Porto – empurrão de Sasso ao estreante Gonçalo Paciência -, Cosme Machado expulsou dois jogadores dos dragões.

Se em relação ao vermelho (por acumulação) a Diego Reyes pouco há a dizer, pois a falta sobre Zé Luís é uma precipitação do mexicano em zona perigosa, já em relação a Evandro há muitas, mas muitas dúvidas.

É importante que se diga que escrevemos sem recurso às imagens televisivas e, por isso, expostos ao erro.

Pelo que foi possível ver, Evandro pontapeia apenas a bola, que estava entre as pernas de Pedro Santos. Cosme Machado considerou agressão num lance onde isso não nos parece ter acontecido.

Na saída para o intervalo, contestação descontrolada por parte dos responsáveis do FC Porto. Julen Lopetegui terá ameaçado retirar a equipa de campo e Antero Henrique também foi expulso.

O jogo estava definitivamente estragado, com as culpas a terem de ser repartidas por várias partes.

Depois, lá está, o grande destaque tem de ir direitinho para a forma heroica como o FC Porto aguentou um ponto.

Espalhados pelo relvado num 4x4x0 e a apostar nos lançamentos para Cristian Tello, o FC Porto controlou dentro do que lhe era possível os Guerreiros de Sérgio Conceição e, a partir de dada altura, foi capaz de trocar a bola com muita segurança.

Aliás, não fosse a precipitação de Tello em dois lances e o Sp. Braga até teria recebido castigo superior.

Na outra baliza, Helton, Helton e mais Helton. O capitão deixou o relvado em lágrimas, muito emocionado, e a deixar bem claro que não pretende pousar as luvas no final da temporada.