Espetáculo intenso, mas sem golos em Alvalade que permite ao F.C. Porto, ao fim de 53 jogos, sair do palco onde sofreu a última derrota para a liga, há quase dois anos, com o estatuto de invencível. A equipa de Vítor Pereira destaca-se no topo da classificação, mas este domingo pode ver o Benfica fugir. Domingos fez tudo o que estava ao seu alcance para destronar o campeão, mas o crescimento do leão vai prosseguir longe do topo e a luta pelo título, mesmo antes da primeira volta, está cada vez mais complicada. Feitas as contas, ninguém saiu de Alvalade a sorrir.

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Domingos Paciência surpreendeu ao apostar em Renato Neto, acabadinho de chegar, para jogar à frente da defesa, entre Elias e Schaars, deixando Izmailov no banco e mantendo a confiança em Carrillo no lado direito do ataque. Vítor Pereira, por seu lado, inverteu o triângulo do meio-campo, colocando Moutinho ao lado de Fernando, de forma a encaixar com Elias e Schaars, com Belluschi mais solto, nas costas de Hulk. O resultado foi um equilíbrio perfeito no meio-campo, que deixou pouco espaço para as equipas imprimirem velocidade.

Os dois blocos entraram, aliás, com muitas precauções, procurando, em primeiro lugar, a segurança, antes de assumir qualquer risco. Assim, as oportunidades surgiam apenas em lances de bola parada. Primeiro num livre de Schaars que proporcionou um remate enrolado a Insúa, depois num canto de Moutinho, com Maicon a desviar de cabeça ao primeiro poste para defesa apertada de Patrício. Apesar dos espaços reduzidos, a primeira meia hora foi intensa, com Elias a impor-se como o mais ativo do meio-campo e, do outro lado, Hulk a procurar desequilíbrios, em iniciativas individuais.

Mais velocidade, o mesmo equilíbrio

A verdade é que as equipas acabaram por encaixar e, no último quarto-de-hora da primeira parte, não se registou um único remate à baliza, com a bola a mudar de dono sistematicamente na zona central do terreno. A abrir a segunda parte, uma arrancada de Hulk provocou um momento de sufoco na área do Sporting, mas o «puzzle» era o mesmo. Domingos foi o primeiro a mexer e com uma aposta de risco, prescindindo de Renato Neto (boa exibição), que estava a funcionar como tampão na zona central, para lançar Matias. Uma alteração e um jogo novo. O velocímetro disparou, com a bola a viajar de área a área a uma velocidade alucinante. Vítor Pereira entrou no jogo e trocou Djalma por James.

Os treinadores continuaram a alimentar as equipas, Domingos com Izmailov e Evaldo, com Isúa a subir para o lugar de Capel, enquanto Vítor Pereira lançava Defour. As equipas atacavam à vez, mas o F.C. Porto, com Hulk novamente em destaque, ia conseguindo criar mais perigo, e o brasileiro chegou mesmo a marcar, mas depois de partir e posição irregular. Van Wolfswinkel, lançado por Izmailov, também esteve muito perto de marcar, mas Helton não deixou. Vítor Pereira lançou, depois, a última cartada do jogo, com a entrada de Kléber, passando a jogar com Hulk e James pelas alas.

Mas foi o Sporting que voltou a cheirar o golo, numa combinação entre Insúa e Matías, com o chileno a descer até à linha de fundo e a cruzar atrasado para Izmailov. Valeu ao F.C. Porto os reflexos de Alvaro Pereira que, sobre a linha de golo, disse que não ao russo. O F.C. Porto também podia ter desfeito o equilíbrio, com um pontapé de James contra Polga, mas o jogo acabou mesmo sem golos.

Um empate que deixa o F.C. Porto, sem derrotas, no topo, mas com o Benfica à mercê, e o Sporting, já há dois jogos sem vencer, cada vez mais longe da luta pelo título.