O Sporting ultrapassou aquele que foi até agora o teste mais exigente da época: venceu a Juventus e, mais do que isso, mostrou durante vários momentos uma óbvia superioridade. No fundo foi isso que mais se evidenciou: a capacidade para mandar no jogo e não deixar o adversário jogar.

Por detrás destes dois méritos está um nome: Rinaudo. O argentino promete ser um líder dentro de campo. É maduro e competente. Esforçado e rigoroso. Duro e personalizado. O Sporting, renovado na alma e no orgulho, segue-o. Preenche os espaços, corta linhas de passe e pressiona alto.

Muito rápido sobre a bola e sobre os adversários, o Sporting vai travando as intenções adversárias logo à nascença e com isso conseguindo jogar no meio-campo adversário. O futebol nem sempre é o mais bonito, a atitude é louvável. Relativamente à época anterior, é uma mudança vertiginosa.

Nesse sentido, a equipa jogou praticamente toda a primeira parte no meio-campo da Juventus. Os italianos só em iniciativas de Krasic, que por três ou quatro vezes ultrapassou Evaldo e ganhou a linha, conseguiu chegar à baliza de Rui Patrício. O Sporting, por outro lado, ameaçou várias vezes.

Rinaudo e Schaars, no meio-campo, o primeiro mais fixo, o segundo mais móvel, marcaram os ritmos do jogo, Postiga trouxe o toque de classe ao ataque. A figura da vitória, essa, acabaria por ser Djaló. O extremo voltou a mostrar ser capaz de coisas admiráveis: o segundo golo levantou o estádio.

Sporting-Juventues: os destaques do jogo

Antes disso inaugurou o marcador aos 12 minutos, na sequência de um canto de Schaars que Onyewu ganhou de cabeça para o desvio de Yannick. O central americano, já agora, promete trazer um acréscimo importante de qualidade no jogo aéreo. Pelo ar, aliás, dificilmente é batido.

Depois disso, e depois de Schaars atirar ao poste num canto, Djaló fez o segundo. Um golaço. Recebeu de Schaars, precisamente, tirou um adversário da frente e rematou de pé esquerdo: Buffon nada podia fazer. A vantagem de dois golos, é bom dizê-lo, justificava-se plenamente.

A Juventus tinha sido uma caricatura do gigante italiano que o nome carrega. Pelo que na segunda parte António Conte mudou praticamente todo o onze. Só Chielini permaneceu em campo. Domingos, por outro lado, trocava apenas de guarda-redes. As alterações mudaram pouco no cariz do jogo.

O Sporting continuou a jogar muito adiantando no campo, a pressionar alto e a recuperar as bolas rapidamente. O ritmo intenso, a agressividade e o rigor só baixaram ligeiramente após Domingos começar a mudar o onze. Acabou por o mudar todo. Nessa altura a Juventus cresceu, é verdade que sim.

O treinador mudou também o sistema de jogo, colocou Schaars na esquerda, por exemplo, e o Sporting não mais foi o mesmo. A Juventus reduziu então num golaço de Del Piero, um golo de marca registada: em corrida fez um chapéu perfeito a Marcelo. Foi bonito, mas curto. O Sporting vulgarizou esta Juve.

Ficha de jogo:

SPORTING: Rui Patrício (Marcelo Boeck, 46m); João Pereira (João Gonçalves, 81m), Daniel Carriço (Polga, 71m), Onyewu (Ilori, 71m) e Evaldo; Rinaudo e Schaars; Pereirinha (André Santos, 66m), Hélder Postiga (André Martins, 66m) e Yannick (Bojinov., 81m); Van Wolfswinkel (Diego Rubio, 66m).

Suplentes não utilizados: Nenhum.

JUVENTUS: Buffon (Storari, 46m); Lichtsteine (Motta, 46m), Barzagli (Bonucci, 46m), Chiellini e Ziegler (De Ceglie, 46m); Krasic (Martinez, 46m), Pirlo (Marrone, 46m), Pazienza (Giandonato, 46m) e Marchisio (Di Silvestro, 46m); Quagliarella (Del Piero, 46m) e Matri (Luca Toni, 46m).

Suplentes não utilizados:, Manninger, Grygera, Pasquato, Immobile e Sorensen.

Golos: Djaló (12m e 37m), Del Piero (79m).