Há muitas maneiras de enumerar os problemas do Sporting. Uma das mais básicas e directas resume-se a uma frase: afinal, Liedson é humano.
Quantas vezes vimos o filme em repetição? Quantas vezes, nas últimas épocas, a uma exibição mediana - ou medíocre, ou mesmo má - do Sporting, se seguiu a entrada em cena do 31, aparecendo do nada, para resolver o jogo e atenuar as diferenças para a concorrência?
De tanto habituar os seus adeptos - e os dos adversários - a um rendimento superlativo, semana após semana, o «levezinho» construiu nos últimos anos, por mérito próprio, uma imagem de super-herói. Agora, que a sua inacreditável regularidade conhece uma quebra consistente e prolongada - dois golos em nove jornadas, o último há mais de mês e meio - tudo o que andava disfarçado, ou atenuado, parece mais evidente.
A equipa tem poucas soluções tácticas alternativas? Sim, como sempre teve. Falta qualidade individual em quase todos os sectores? Sim, de há muito tempo para cá. Paulo Bento repete receitas e discursos, sem um rasgo de novidade? Sim, como o fez também nos anos em que, sucessivamente, superou as expectativas.
A maior diferença - não a única, claro - é que noutras épocas o Sporting tinha um fenómeno a ponta-de-lança. Nesta altura, tem apenas um excelente avançado, a lutar para recuperar os superpoderes. Afinal, Liedson é humano. E o Sporting não estava preparado para lidar com isso.