A figura: Van Wolfswinkel

Quarto jogo consecutivo a marcar e primeiro bis de leão ao peito, coroando uma primeira parte em que tudo lhe saiu bem. As finalizações foram excelentes, tanto pela frieza no face a face com Diego, para o 2-0, como pela precisão no remate para o terceiro. A moralização notou-se pela forma como procurou a acção, incomodando os centrais e discutindo as bolas longe da área. Na segunda parte não perdeu a energia, mas perdeu frieza, e desperdiçou três ocasiões para consumar o hat-trick. Mas poucos lhe terão levado a mal...

O acelera: Capel

Mesmo não estando ligado aos golos, o espanhol foi a maior fonte de energia e entusiasmo da equipa. Incansável a fazer os flancos (começou à esquerda mas esteve mais tempo à direita), ganhou a linha vezes sem conta. Destacou-se ainda mais pela agressividade, ilustrada pelo grande número de recuperações de bola em zona adiantada que durante minutos a fio mantiveram o V. Setúbal encostado às cordas.

O momento: Carrillo liga os motores

A entrada de rompante do Sporting teve a expressão mais óbvia na forma como a equipa chegou ao primeiro golo. A arrancada de Carrillo pela direita expôs uma diferença de andamentos que continuou a ficar patente pelo tempo fora, empolgando Alvalade como há muito tempo não se via. O peruano acabou por ter um jogo de intermitências, com mais um ou outro momento brilhante, mas foi dele, inteirinho, o mérito de ter rodado a chave na ignição.

A preocupação: Patrício e os pés

Seguro como habitualmente nos remates (grande defesa a tiro de Zé Pedro, aos 73 minutos) o guarda-redes do Sporting continua afectado pelo trauma dos livres indirectos e pelas hesitações no jogo de pés. Logo aos 6 minutos meteu os pés pelas mãos num alívio contra João Silva, que criou um lance de muito perigo ¿ embora o avançado sadino tenha usado o braço para ficar com a bola. Ao longo do jogo, mais duas hesitações, que não comprometeram, mas deixaram a ideia de que o problema ainda não está totalmente resolvido.

Os cantos já não metem medo

Os pontapés de canto valeram ao Sporting dois golos em Vila do Conde, e mais um em Alvalade, para fechar a contagem. Exemplar a cobrança de Schaars e a finalização de Van Wolfswinkel, mesmo com o remate falhado de Elias pelo meio. Aos poucos, aparecem os sinais de que as bolas paradas vão deixando de ser um fantasma, transformando-se num trunfo de ataque.

Diego, apesar de tudo

Se o massacre ofensivo do Sporting não se traduziu em mais do que três golos isso fica a dever-se, em grande parte, à coragem de Diego nos incontáveis frente a frente com avançados leoninos. O guarda-redes do Vitória defendeu tudo o que lhe era possível e, em três ou quatro ocasiões, ainda foi ajudado pela falta de pontaria de Van Wolfswinkel, Bojinov e companhia. Com um mau guarda-redes, o Vitória ¿ que tentou sempre discutir o jogo e até criou algumas ocasiões - teria deixado Alvalade com um resultado histórico, tal o desacerto defensivo e o número de bolas perdidas nas imediações da área.