Paulo Pereira Cristovão, antigo vice-presidente do Sporting e principal arguido no Caso Cardinal, disse nesta quarta-feira que Luís Duque «mentiu em tribunal» quando disse que desconhecia a existência de um esquema de vigilância dos jogadores.

«Como homem do futebol e atual presidente da Liga, até compreendo que o tenha feito», disse Paulo Pereira Cristóvão, ouvido pela primeira vez em tribunal no processo em que é acusado de um crime de burla qualificada, outro de branqueamento de capitais, dois de peculato, mais um de devassa por meio informático, um de acesso ilegítimo e, por fim, um de denúncia caluniosa agravada.

Pereira Cristovão contou que Luís Duque lhe pediu uma reunião para falar sobre o Sporting ainda antes de ambos integrarem a lista de Godinho Lopes. «Acordámos que tinha de haver um controlo mais efetivo dos jogadores. Havia laxismo no Sporting. Não existia exigência», afirmou, defendendo ainda que quem estava no Sporting sabia que «não havia uma mosca que entrasse na Academia sem que o Dr. Luís Duque soubesse».

«Todos os clubes profissionais têm, de uma forma ou de outra, vigilância. Alguns dependem das claques para o fazer. Quisemos fazer uma coisa by the book», defendeu ainda, preferindo usar sempre o termo «monitorização». Diz assim que o contrato celebrado entre o Sporting e a empresa Businlog visava «a monitorização de situações de perigo para os jogadores».

Paulo Pereira Cristóvão é acusado de ter sido o mentor de um esquema para efetuar um depósito de 2.000 euros na conta do árbitro auxiliar José Cardinal, para posteriormente o acusar de ter sido subornado antes de um jogo entre o Sporting e o Marítimo.