Mário Monteiro, preparador físico do Sporting, relatou ao Jornal de Notícias o que se passou em Alcochete quando dezenas de indivíduos invadiram as instalações da Academia e agrediram jogadores, equipa técnica e staff.

«O que se passou foi absolutamente traumatizante. Foi um ato terrorista. Um filme de terror. De repente entram pessoas na Academia a gritar, a lançar tochas e a agredir. Penso que fui um alvo acidental dos agressores. Fui atacado nos pulsos e no tronco com uma tocha a arder a 240 graus centígrados», recordou.

«Estou há 25 anos no futebol profissional e nunca, mas nunca, pensei viver o que vivi», afirmou o preparador físico, adiantando que «não tem condições psicológicas» para voltar a Alcochete e refere que vai deixar o futebol.

«Estou de rastos, sem condições psicológicas para voltar à Academia. Sinto-me inseguro e perseguido. Apresentei queixa na polícia e vou pedir proteção para a minha família», assegurou.

«Tenho muita dificuldade em adormecer e, no meio dos pesadelos, acordo como se estivesse na guerra do Iraque. Vou voltar à escola onde estou colocado como professor de Educação Física, em Vila Nova de Famalicão», adiantou, lembrando que nem todos os agressores foram apanhados pela polícia.

«As câmaras de segurança filmaram 38 pessoas a entrar. Estão 23 em prisão preventiva. Portanto, há 15 indivíduos que estão soltos e que podem ser um perigo para a equipa técnica e plantel», avisou, dizendo que perdeu a confiança nos responsáveis da SAD.

«Na Academia só se entra com autorização, ninguém entra sem estar identificado. Não sei quem deu autorização ao grupo para entrar».

Mário Monteiro diz ainda que «está toda a gente está afectada».