André, antigo avançado do Sporting, já não é «balada», a alcunha que ganhou por se entregar mais às noites do que propriamente aos treinos e aos jogos. O avançado, em entrevista ao site brasileiro «Goal», garante que é um novo jogador e explica que a mudança se deve às conversas com Jorge Jesus enquanto esteve no Sporting. A verdade é na presente temporada já marcou nove golos no Brasileirão com a camisola do Sport Recife.

«Dá para falar que é o meu melhor momento no geral. Hoje estou com a cabeça muito melhor, com outro pensamento (...) Antes eu não me cuidava em termos de alimentação, descanso... essas partes de peso. Eu não me preocupava tanto. E hoje, também estou no meu melhor momento fisicamente. Estou com um peso que acho que nunca tive na minha carreira toda», começa por contar.

Nos últimos anos, o avançado viu colar-se ao seu nome a alcunha de «balada», num sentido negativo que chegou mesmo a incomodá-lo. «Se eu falar que gosto do apelido vou estar mentindo, mas vejo como uma brincadeira. Claro que não gosto, se pudesse apagar esse apelido apagaria. Mas não é uma coisa que me tira o sono», confessa.

Uma mudança de atitude que o avançado de 27 anos atribui a Jesus, «não ao filho de Deus», mas sim ao treinador do Sporting. Apesar de ter tido poucas oportunidades em Alvalade, o jogador diz que as conversas com o treinador permitiram-lhe «abrir os olhos». «Eu vou fazer 27 anos no mês que vem. E essa idade é a hora que você tem que estar com a sua carreira definida. É como se fosse o meio para o final ali, não é? Então você tem que estar bem preparado. O momento que eu pude ver [amadurecer] foi agora em Portugal, que eu conheci um grande treinador [Jorge Jesus], que me fez abrir os olhos para essa questão física e tática. Por mais que não tenha sido tanto tempo, foram seis meses lá, mas eu aprendi muito com esse cara e é por isso que eu falo que vejo o futebol de maneira diferente».

André garante que estava preparado para vingar na terceira época no Sporting, mas foi surpreendido por um fator que não estava nos seus planos. «Cheguei lá e o atacante que concorria comigo [Bas Dost] só perdeu para o Messi em golos marcados no ano [risos]. Então é difícil explicar, é complicado».

Com nove golos no Brasileirão, André quer destacar-se como melhor marcador para depois ter a possibilidade de ser chamado à seleção. «Seleção é consequência. Não adianta ficar falando de seleção. Tenho que estar a jogar e a marcar golos. É natural, se eu for o artilheiro do campeonato Brasileiro, pode vir uma convocação. Tem que vir naturalmente, seleção é reconhecimento pelo seu trabalho».

André chegou a jogar com Neymar no Santos, um amigo para a vida. «Lógico que tenho saudades de jogar com ele. O momento marcante dentro de campo foi quando a gente ganhou o Campeonato Paulista [de 2010], foi o nosso primeiro título então foi marcante. Fora de campo não dá pra falar (risos)? Fica em off (risos). É um cara que eu brinco que, mesmo sem se falar, quando a gente se vê só no olhar a gente se entende. Por isso que deu tão certo essa amizade», contou ainda.