Mesmo tendo sido conseguida apenas a oito minutos do fim do prolongamento, a vitória do Sporting sobre o Benfica – a terceira consecutiva em dérbis – é bem suportada pelos números. De acordo com a análise realizada pelo Centro de Estudos de Futebol da Universidade Lusófona, em exclusivo para o Maisfutebol, a superioridade do Sporting traduziu-se em quase todos os aspetos de jogo.

Os leões tiveram mais remates (14-6), mais lances de bola parada no meio-campo adversário (14-8) mais segurança na posse de bola - apenas 4% de perdas em zona defensiva, contra 13% do Benfica - e mais agressividade na recuperação de bola - 33% recuperadas no meio-campo adversário, contra apenas 13% da equipa de Rui Vitória.

O Benfica foi tremendamente eficaz na primeira parte, marcando na única situação de remate que construiu e foi também eficaz na forma como explorou os desequilíbrios defensivos do Sporting na tentativa de responder ao golo de Mitroglou. Nessa fase, mesmo não incomodando Patrício, os encarnados estavam numa fase confortável do jogo, algo que começou a ser mudado quando Jesus aproveitou duas interrupções – provocadas pelas lesões de Gaitán e Júlio César – para reorganizar a equipa.

Quando o Sporting chegou ao empate, já nos descontos, já apresentava linhas bem mais compactas e uma ocupação de espaços mais equilibrada, anulando a estratégia de reforço a meio-campo imposta por Vitória – na leitura que fez das duas derrotas anteriores com o mesmo adversário.

Ao intervalo, a entrada de Gelson para a direita – embora ocupando várias vezes os espaços interiores – e a passagem de João Mário para uma zona mais central ajudou o Sporting a manter ascendente na partida. Só nos últimos 15 minutos o Benfica voltou a aproximar-se da baliza de Rui Patrício, conseguindo aí três situações de remate, todas bem fora de da área em mais um sinal de que os encarnados já não conseguiam apanhar a defesa leonina fora de posição.

O prolongamento trouxe um jogo mais partido, e que, depois do golo de Slimani, se tornou praticamente incaracterístico, com o Benfica, em inferioridade numérica, a acabar o jogo com os centrais na área contrária e correndo todos os riscos para as transições rápidas que o Sporting já não teve tempo para explorar. E terá sido esse ingrediente que faltou aos restante tempo de jogo para torná-lo um espectáculo mais emocionante, para lá das nuances táticas.