«Se o Sporting passou no teste? Se ganhar ao Boavista e jogar bem, sim. Não podemos ficar todos contentes por fazer um grande jogo na europa. Passamos o teste se ganharmos ao Boavista e jogarmos bem.»

Estas foram as palavras de Ruben Amorim, à SportTV, no final do empate do Sporting com o Arsenal (2-2), em Alvalade, para a Liga Europa.

Chegados aqui, é mais do que justo dizer: os leões passaram o teste, e com distinção.

Na receção ao Boavista, o Sporting venceu por 3-0 e recolocou-se a cinco pontos de distância do Sp. Braga, terceiro classificado. Mais do que isso, foi a primeira vez esta época que o conjunto verde e branco conseguiu quatro vitórias consecutivas na Liga.

A cantiga de Amorim ao longo da época tem sido quase sempre a mesma: regularidade, regularidade e mais regularidade, algo que faltou ao emblema de Alvalade nos primeiros meses de 2022/23. A avaliar pelos sinais, o ‘sermão’ do jovem técnico começa a dar frutos.

Letra de Nuno Santos embala o leão

Foram cinco as alterações em relação ao jogo com o Arsenal, mas nem por isso o leão demonstrou mais fragilidade. Logo no primeiro minuto, de resto, mostrou ao que ia: bola no poste, por Chermiti, uma das novidades no onze inicial.

Não abrandou o Sporting, Chermiti voltou a estar perto do golo, mas foi Nuno Santos a meter Alvalade em festa. O esquerdino viu-se com a bola ao jeito do pé direito, mas improvisou e foi feliz com um remate de letra. A cantiga de Amorim ganhava forma.

O que se seguiu foi uma das exibições mais seguras da época do Sporting, que até podia ter-se traduzido num resultado com outro tipo de pompa e circunstância.

Defensivamente, os leões não permitiram quase nada, ou mesmo nada, à pantera de Petit, que na primeira volta havia ganho no Bessa por 2-1.

Ofensivamente, apesar de nem sempre brilhante, a formação verde e branca foi competente o suficiente para não deixar qualquer margem para dúvidas. Pressão alta e algumas jogadas bonitas que só não deram mais festa devido a alguma ineficácia.

De tal maneira, que o 2-0 surgiu até pelo pé de um adversário: foi Salvador Agra, em cima do intervalo, a cortar para a própria baliza, depois de mais um corte de Nuno Santos.

A gestão para o inédito, com a cereja no topo do bolo

A meio da importante eliminatória com o Arsenal, esse golo ao cair do pano da primeira parte trouxe a tranquilidade que Ruben Amorim, mais do que ninguém, desejaria.

O Sporting da segunda parte continuou autoritário e ofensivo, mas foi ao mesmo tempo inteligente na maneira como geriu o ritmo da partida, e ainda foi a tempo de colocar a cereja no topo do bolo, quando Esgaio assistiu, já nos descontos, para o 3-0 de Paulinho.

Alvalade rejubilou, Ruben Amorim também, e agora segue-se o Arsenal. O background, no entanto, é importante: o Sporting acaba de conseguir pela primeira vez ganhar quatro jogos consecutivos para o campeonato.