A FIGURA: Viktor Gyökeres

Uma fome que nunca mais acaba, a de Gyökeres. É sempre uma ameaça para a defesa adversária. Esta noite com menos espaço para explorar a profundidade – na primeira parte –, o avançado sueco serviu muitas vezes de pivot – um papel, de resto, que já se lhe tinha visto em Bérgamo, no golo de Pote. Ainda com a pontaria por afinar, atirou com perigo em dois lances idênticos em zona frontal. À terceira, lá marcou e abriu o frasco do ketchup, num golo verdadeiramente à ponta de lança. Na segunda parte, quando o adversário já estava em baixo, Gyökeres (com mais espaço) sobressaiu: carregou, carregou e juntou mais dois golos – e uma assistência – e uma assistência à contagem: aí vão 36 na época.

O MOMENTO: Paulinho só teve de dizer que sim à bola de Catamo, minuto 54

Poucos minutos estavam decorridos da segunda parte quando Paulinho fez a reviravolta do Sporting. Geny Catamo cruzou com conta, peso e medida – grande bola – e o avançado fez o que sabe fazer melhor: golo.

OUTROS DESTAQUES

Paulinho

Chamado à titularidade para ocupar o lugar que tem sido de Pedro Gonçalves, no lado esquerdo do ataque, o avançado português deu uma bela resposta. Sempre muito ligado ao jogo, desequilibrou bastante em vários momentos, e de várias formas. Quer a associar-se mais aberto, quer a juntar-se mais a Gyökeres no centro do ataque. É dele, de resto, a bela assistência para o 1-1 do avançado sueco. Pode não ser o mais rápido, o mais tecnicista, o mais criativo, mas Paulinho toma quase sempre a melhor decisão.

Nuno Santos

Com Paulinho a jogar do seu lado, teve ainda mais preponderância no ataque leonino, já que o avançado, como é natural, acaba por pisar terrenos mais interiores. E Nuno Santos mostrou que ofensivamente acrescenta muito. Teve momentos de grande qualidade, como o cruzamento de letra na primeira parte, mas foi na etapa complementar que abriu o livro. Um golo e duas assistências, um parceiro de sucesso para Paulinho e Gyökeres.

Geny Catamo

Está a crescer a olhos vistos, e quem adivinharia no início da época que iria ter este impacto? Não é que tenha feito o jogo mais brilhante de todos, mas teve o condão de simplificar sempre o jogo dos leões e de combinar bem com os colegas. Além disso, acaba por ser decisivo: é dele o cruzamento – e que grande cruzamento – para o golo de Paulinho, que fez a reviravolta.

Morten Hjulmand

O que joga Hjulmand não está escrito. Pouco se dá por ele, mas a verdade é que o médio dinamarquês é uma das peças chave deste leão. O jogo da equipa de Ruben Amorim passa aliás todo por ele. Sempre bem posicionado, é super seguro a defender e depois com bola é um regalo. Tudo ao primeiro ou ao segundo toque, mas a verdade é que Hjulmand dá muita fluidez ao ataque da equipa de Ruben Amorim. Acabou por sair logo ao intervalo, possivelmente devido a desgaste físico.

Seba Pérez

Está um nível acima dos demais no plantel do Boavista. Muito combativo defensivamente, Seba Pérez alia a esse trabalho defensivo a um critério diferenciado com bola. Se depois o próprio estilo de jogo dos axadrezados acompanhou as intenções do médio, é outra conversa. Mas Seba Pérez bem tentou.