A Confederação Africana de Futebol (CAF) irá reunir os seus responsáveis em breve para discutir um possível adiamento da Taça das Nações Africanas (CAN), prevista para os meses de janeiro e fevereiro e a ser disputada em Marrocos.

O governo marroquino, através do Ministério da Saúde, fez chegar um pedido à CAF exigindo uma discussão em torno de um possível adiamento, pretendendo que haja uma política de evitar eventos «que possam envolver países afetados pelo vírus do ébola».

Também o ministro dos Desportos marroquino, Mohammed Ouzzine, foi questionado e mostrou-se preocupado com o cenário.

«Vamos reunir-nos para discutir opções técnicas e um eventual adiamento da prova. Este pedido é motivado essencialmente pelo último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), que contém números alarmantes sobre o contágio do vírus», disse.

«Em Marrocos, teremos de enfrentar uma responsabilidade histórica. Nós entendemos as dificuldades da CAF em alterar datas mas nunca atravessámos uma crise epidémica de ébola como esta.»

Ouzzine fez também uma comparação entre o Mundial de Clubes (que irá decorrer em Marrocos, no próximo mês de Dezembro) e a CAN: «São competições diferentes. Na CAN, iremos receber entre 100 mil e 300 mil adeptos e não estamos ainda equipados para alguma situação de contágio».

Ainda fora de questão está uma mudança de país, se bem que já tenham havido dois exemplos de alteração na história da CAN: Quénia em 1996 e Líbia no ano passado foram impedidas de receber a prova, tendo em ambos os casos sido escolhida a África do Sul como anfitriã substituta.

Recorde-se que Aboubakar, Brahimi, Slimani e Héldon já se apuraram para a CAN e prometem desfalcar FC Porto e Sporting durante o mês de janeiro.