Lá fora, na agora batizada Rotunda Visconde de Alvalade, estão inscritas duas frases por baixo de um leão de pedra. Uma delas, de José Alvalade, fundador e sonhador de um clube grande «tão grande como os maiores da Europa». A outra é atribuída a Bruno de Carvalho: «O talento é necessário, mas só com muito trabalho diário, superação constante, vontade, atitude e compromisso com os objetivos do clube é que se formam campeões.»

É ali ao lado, no Pavilhão João Rocha, inaugurado nesta quarta-feira à tarde, que o presidente do Sporting espera vir a festejar títulos de futsal, andebol, hóquei em patins, voleibol e basquetebol. «Como vai ser bom comemorar aqui títulos e títulos. Vai ser fantástico vibrar ao vosso lado com as nossas vitórias», disse Bruno de Carvalho aos adeptos leoninos durante a cerimónia de inauguração do novo recinto do clube.

O Pavilhão João Rocha, com capacidade para 3 mil espectadores, vem colmatar a partir da próxima época uma lacuna por preencher há 13 anos desde o fim da nave, que desapareceu com o antigo Estádio José Alvalade.

O dia importante para a nação sportinguista começou por volta das 17 horas. Primeiro foi descerrada uma placa no início da rua que separa o pavilhão do estádio e que terá a partir de agora o nome de Mário Moniz Pereira, antigo dirigente do Sporting desaparecido no ano passado. Seguiu-se a inauguração da Rotunda Visconde de Alvalade, com discursos protocolares, e, depois, dos campos três campos de futebol (um de 7 e dois de 5) localizados junto ao Pavilhão e que foram batizados com os nomes de Fernando Peyroteo, Luís Figo e Cristiano Ronaldo.

O Pavilhão João Rocha é também uma homenagem ao homem que foi presidente dos leões entre 1973 e 1986. «É um grande orgulho, mas é merecido este pavilhão ter o nome dele. O meu pai fez muito pelo Sporting e é uma homenagem merecida. Ele está lá em cima e está felicíssimo», disse Margarida Rocha, filha do antigo dirigente, à margem da inauguração do pavilhão, antes de subir ao palco para também ela se dirigir ao universo sportinguista e recordar uma das últimas conversas que teve com o pai pouco antes de falecer, a 8 de março de 2013. «Lembro-me bem das suas palavras: ‘Maggy, nunca durante os 13 anos em que fui presidente do sporting aceitei quaisquer louvores especiais. Sempre achei que o que fazia, fazia-o por amor ao Sporting e nada mais.'»

Bruno de Carvalho foi o cicerone de uma cerimónia pontuada com momentos de euforia nas bancadas do pavilhão. O presidente dos leões lembrou aquilo que foram, até agora, os últimos anos das modalidades do clube. «Jogámos fora do conforto da nossa casa, apesar de termos sido sempre bem recebidos. Para os responsáveis de todos os pavilhões que nos acolheram, o meu agradecimento», apontou, destacando o que representou para ele este dia. «É um dos dias mais felizes da minha vida e o concretizar do sonho de mais de 3,5 milhões de sportinguistas.» E citou Fernando Pessoa: «Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.»