Ezequiel Schelotto não podia estar mais feliz. É o próprio quem o admite. «No Sporting encontrei o paraíso», garante. «Jogo sempre, tenho a confiança de todos e agora tenho um novo papel: não como médio exterior, mas como lateral-direito. É uma vida completamente diferente.»

Schelotto está feliz, portanto, e diz que tudo tem uma explicação. Neste caso com nome próprio: Jorge Jesus.

«Devo tudo a Jorge Jesus, o meu treinador aqui no Sporting. Ele ligava-me todos os dias só para me dizer que me queria aqui, queria-me muito. Dizia-me que aqui não ia ser médio interior, ia aprender a ser defesa e ia tirar toda a satisfação do mundo de jogar nesta posição. Estava certo e eu vou estar-lhe grato para sempre», revelou.

«As negociações entre Inter e Sporting foram intermináveis. Lembro-me como se fosse hoje, mudavam de ideias todos os dias.»

No fim tudo acabou por se resolver e Schelotto assinou mesmo pelo Sporting. Em Itália, porém, foi mais notícia a cláusula de rescisão: 45 milhões de euros. Muita gente não acreditou que pudesse ser possível.

«45 milhões de euros, é tudo verdade», confirmou.

«Eu sei que esta cláusula foi uma surpresa para todos. Mas aqui em Portugal é normal, é uma forma de proteger os jogadores. Nunca pesou, na verdade.»

Por falar em Inter, interessa dizer que no último verão João Mário fez o caminho inverso ao de Schelotto: trocou o Sporting pela formação italiana. O lateral direito pede aos adeptos nerrazzuri que tenham um pouco de paciência.

«João Mário é um fenómeno. Fortíssimo, com uma qualidade técnica impressionante e uma personalidade fora do comum. Lembro-me daquele mês infernal, antes de ir para o Inter. Ele perguntou-me o que eu achava e eu disse-lhe para ir e para sentir que tinha feito a melhor escolha», recordou.

«O Inter é o máximo a que um jogador pode chegar. No fim tudo acabou por se fazer e os adeptos do Inter vão poder desfrutar de um jogador fantástico, desde que lhe deem tempo.»

Por fim, e porque Schelotto vive um momento feliz, falou-se também da possibilidade de ser chamado à seleção argentina.

«Seria um enorme orgulho. Confesso que só de saber que o treinador Bauza está a pensar em mim já é uma grande honra. Mas talvez eu vá jogar ao lado de Leo Messi, o número um. É um sonho, de facto», conta.

«E seria também uma vingança para mim. Muitos não veem os meus jogos, apenas a leem os jornais. Se vissem, se calhar compreendiam por que é que o Schelotto hoje ele é cogitado para a seleção Argentina.»