Marco Silva diz que só um Sporting «praticamente perfeito» poderá vencer o Schalke em Gelsenkirchen. O treinador admite que a equipa está a atravessar um bom momento, depois da vitória no Dragão, e também admite que quebrar novo enguiço e conseguira a primeira vitória de sempre na Alemanha é motivação extra. Mas esta, garante, ainda é uma equipa longe do seu ponto ideal. 

«A mentalidade que temos incutido tem a ver com ambição enorme, querer vencer todos os jogos. Não apenas em casos em que não temos tido sucesso nos últimos tempos, mas em todos os desafios», atirou o treinador, a propósito desse desafio da primeira vitória na Alemanha: «É mais um elemento extra que nós falamos, que temos em mente, mas nada mais que isso.»
  
Na sala de imprensa em Gelsenkirchen, o treinador pediu um Sporting ao melhor nível enquanto desvalorizava a ideia de aparente fraqueza do Schalke. «Se analisarmos em jogos de grande nível, empatou em casa com o Bayern, ganhou ao Dortmund, empatou com o Chelsea. Estes três resultados falam por si. É uma equipa fortíssima, não o vamos esconder. Temos que fazer um jogo praticamente perfeito. A perfeição custa muito, pode-se até dizer que não existe. Precisamos de acreditar muito mais no que são as nossas capacidades também.»

Questionado se este é o melhor momento da temporada dos leões, Marco Silva evitou uma resposta direta. «O jogo de amanhã é muito importante não só porque vimos num bom momento. É uma competição diferente, com uma realidade também um pouco diferente. Sabemos que vamos jogar em casa de um adversário fortíssimo. Abordamos o jogo com ambição grande, com confiança redobrada. Não vale a pena analisar se é ou não o melhor momento da equipa Agora...a equipa está num bom momento, não escondo.

«A coesão que a equipa mostrou faz também com que os jogadores acreditem cada vez mais. Os resultados têm que alimentar isso também», prossegue: «Há jogadores individualmente a crescer cada vez mais e isso na equipa também se nota.»

«Mas estamos bem longe ainda daquilo que queremos», insiste. «Estamos a caminhar, com a celeridade a que nos obrigam as competições», diz, para prosseguir: «A ambição tem que estar sempre presente neste clube. Não é o momento ideal, bem longe disso, mas é o momento que nos permite crescer cada vez mais. Preparar um jogo em cima de uma boa vitória é mais fácil. É esse o caminho que nós queremos, mas não estamos ainda no momento ideal, nem podíamos estar nesta fase da época.»

Com apenas um ponto em dois jogos, o treinador também não quer falar de cenários que não sejam uma vitória. «Pensar jogo a jogo, na Champions não podemos fugir a isso. Temos de pensar exclusivamente no jogo de amanhã. Está tudo muito equilibrado ainda no grupo», defende.

Quanto às escolhas que fará, nomeadamente na frente de ataque, o técnico não quis abrir jogo. Sobre Naby Sarr e o facto de o central ter perdido a titularidade, também não quis admitir que era nesta altura a terceira opção: «O Naby Sarr não jogou este último jogo, mas não é questão de haver ou não um pódio. Tem a ver com o momento dos jogadores, com a estratégia que temos para a equipa.»

Por fim, fala da «vantagem» que o Schalke terá no duelo desta terça-feira, uma vez que tem novo treinador: «Na análise que pudemos fazer ao Schalke com Di Matteo só pudemos analisar um jogo. Eles podem fazer una análise a todos os nossos jogos. Isso é uma vantagem muito grande, mas nós temos que estar em condições de bater essa pequena vantagem que o Schalke tem.»