A última viagem de uma equipa portuguesa a Astana deixou que contar.

Sobretudo a Renato Sanches.

O jovem médio, então com 18 anos, foi pela primeira vez titular na equipa principal do Benfica, num jogo que começou muito mal para os encarnados: aos 31 minutos já perdiam por 2-0. Dois golos de Raul Jimenez, porém, permitiram evitar a derrota e garantir um resultado positivo, naquela que foi a primeira vez desde 2011 que o Benfica anulou dois golos de desvantagem num jogo da Liga dos Campeões.

Pelo caminho, e com o ponto conquistado, garantiu o apuramento para os oitavos de final.

Até então Renato Sanches tinha feito apenas os minutos finais de dois jogos da Liga, em Astana foi lançado como titular, condição que nunca mais perdeu na equipa principal do Benfica.

A partir daí fez trinta jogos como titular e dois como suplente utilizado, foi peça fundamental no título encarnado, foi chamado ao Euro 2016 e foi titular no título europeu conquistado em França.

Mas, lá está, tudo começou em Astana.

Ora por isso Renato Sanches ficou com muito que contar da viagem ao Cazaquistão. Mas não foi o único: a própria equipa apanhou um susto de morte no regresso a Portugal.

Segundo foi escrito na altura pela imprensa, o avião que o Benfica tinha fretado e que viajava a onze quilómetros de altitude, foi abalado por uma turbulência muito forte, que assustou toda a gente. Não terá sido apenas turbulência, foram momento de verdadeiro descontrolo.

«Vínhamos a passar pelas brasas, como se costuma dizer, e ficámos a pensar: isto é a sonhar ou é a sério? Foi uma turbulência não muito normal, abanou um bocado o avião. Mas quem anda nestas viagens sabe que isto de vez em quando acontece», confirmou depois Rui Vitória.

«O susto foi geral. Uns ficaram mais tranquilos, outros mais agitados. De vez em quando saía um ai mais sonoro. O mais estranho foi o facto de ser a uma hora em que estávamos todos meio a dormir, meio acordados, aquilo foi muito rápido e assustámos-nos um bocado.»