Adrien Silva voltou este domingo a fazer uma exibição capaz de arrancar aplausos: a generalidade da imprensa foi aliás coerente em dar-lhe uma nota alta.
 
O médio voltou a ter intensidade e a participar em praticamente todo o futebol do Sporting. Para além disso fez um golo, logo aos vinte segundos, naquele que é o golo mais rápido da Liga, e ameaçou bisar num excelente cabeceamento que Mika parou.
 
Ora esta capacidade de aparecer em zonas de finalização a desequilibrar não é acidental.
 
Adrien Silva teve, nos primeiros meses do novo ano, uma fase de menor fulgor. Mais do que um jogo, tratou-se de um conjunto de jogos em que não esteve bem, o que levou a que fosse várias vezes substituído e até a que fosse para o banco.
 
Frente a Wolfsburgo, FC Porto e Penafiel foi retirado de campo cedo, com o Gil Vicente e o Nacional nem sequer foi titular.
 
Perante esta noção de que não estava tão bem, Adrien Silva e Marco Silva mantiveram várias conversas e fizeram um trabalho de recuperação mental.
 
O treinador fez entender ao jogador que era necessário dar dimensão ao futebol: a solução passava então por queimar linhas e fazer com que Adrien tivesse finalização.
 
Dessa forma daria mais soluções à equipa e ele próprio cresceria com a capacidade de desequilibrar também em frente à baliza. A forma de jogar de Adrien não era esta, considerava-se um box to box que enchia o campo entre as duas grande-áreas, mas Marco Silva quis mais: quis que acrescentasse capacidade de entrar na área e finalizar.
 
Adrien Silva acrescentou então entrada na área ao futebol: como o treinador lhe pediu. Hoje sente que depois dessa troca de ideias conseguiu inverter a curva de forma e que no último mês está a sentir-se mais forte. 
 
Curiosamente nesse último mês, precisamente, voltou a ser jogador de 80 ou 90 minutos e marcou três golos (embora dois deles de grande penalidade). Sente-se melhor e atingiu um nível bom neste último domingo, na vitória sobre o Boavista.