O Sporting passa por um momento complicado em termos desportivos. Está longe da luta pelo título, já caiu na Taça de Portugal e, agora, na Liga dos Campeões. Começam a faltar motivos para Ruben Amorim conseguir motivar os seus jogadores até ao final da temporada, mas o treinador lembra que a equipa tem sempre de lutar, nem que seja por «orgulho».

Numa altura de crise de resultados, Ruben Amorim considera que o trabalho tático é, nesta altura, mais importante do que o aspeto psicológico, até porque, explica o treinador, o primeiro factor acaba por ajudar o segundo.

«A parte tática e estratégica ajuda a parte mental. Tivemos um início de época difícil, esta última derrota custou-nos e não me pareceu justa. Isso vale o que vale. As exibições, o controlar o jogo, as oportunidades dos adversários... Temos de nos focar na tarefa. Se eles se sentirem confortáveis no jogo e souberem o que têm de fazer, isso ajuda na parte mental e a focarem-se no que têm de fazer em campo», destacou o treinador em conferência de imprensa.

Quanto à motivação, numa altura em que parte dos objetivos já ruiu. «Estamos a lutar porque é a nossa vida, é o nosso emprego também. Depois é o nosso orgulho, e isso é algo que levo muito a peito. A vida de futebolista e de treinador é contínua. Perdemos alguns objetivos este ano, mas a vida continua. Ainda temos campeonato, Taça da Liga, Liga Europa, ainda há algo para lutar», destacou.

Além disso, o treinador lembra que ainda há objetivos desportivos para alcançar. «Para além disso, há anos que se seguem, e toda a gente tem de pensar que estas fases acontecem. Já fui jogador e sei que, começando a ganhar, toda essa motivação se transforma em objetivos. Há sempre objetivos, há três lugares de Liga dos Campeões. Eu não preciso de motivação e eles também não, é uma questão de orgulho. Levo isso muito a peito e entendo que a equipa é o espelho do treinador», acrescentou.

O treinador abordou também a questão pelo lado dos jogadores. «É uma fase difícil para eles. O Inácio nunca viveu isto, o Pote nunca viveu isto. Estão revoltados, mas não estão perdidos, sabem o que têm de fazer. O que sinto é sempre a mesma vontade de trabalhar, alguma tristeza. Isso faz parte, eu já vivi isso algumas vezes, eles estão a viver pela primeira vez. O que sinto deles é que não baixaram os braços. Estão revoltados e um bocadinho ansiosos. Querem sempre jogar, mas basta vê-los a correr e sei como estão. Basta ver como entram no relvado, no ginásio... Sou muito atento a isso e sinto ansiedade e revolta», destacou ainda o treinador.