A Gestifute, do empresário Jorge Mendes, emitiu esta sexta-feira um comunicado a explicar o que falhou na transferência de Rui Patrício para o Wolverhampton, em resposta à conferência de imprensa de Bruno de Carvalho.

A agência diz que «nada [está] mais longe da verdade» quando se diz que a Gestifute fez chantagem: ou o Sporting pagava sete milhões de euros à empresa ou não haveria negócio.

«Foi a Sporting SAD, através do seu Administrador Executivo Dr. Guilherme Pinheiro e do seu advogado interno que, no passado dia 23 de Maio, pediu encarecidamente à Gestifute que tentasse conseguir uma proposta para a transferência do jogador Rui Patrício, de modo a evitar a rescisão iminente deste», pode ler-se.

«E propôs que, simultaneamente com esse pedido de intervenção, se resolvesse o diferendo com a Gestifute relativo ao jogador Adrien Silva, sem prejuízo do pagamento da contrapartida devida à Gestifute, já anteriormente contratualizada, pela própria transferência do jogador Rui Patrício.»

A agência explica que o referido diferendo relaciona-se com a intervenção da Gestifute na renovação do contrato de Adrien, em 2012, numa altura em que o jogador podia ficar livre (tal como acontecia na mesma altura com Rui Patrício), ainda durante a presidência de Godinho Lopes.

«Em contrapartida desses serviços, a Gestifute não cobrou de imediato qualquer importância, ficando a sua remuneração dependente de uma futura transferência, consistindo numa percentagem do preço respetivo, a qual não foi devidamente saldada aquando da transferência de Adrien Silva para o Leicester», pode ler-se.

A Gestifute acrescenta que este acordo constam inclusivamente das minutas contratuais, validadas pelos dirigentes atuais do Sporting.

«A Gestifute tudo fez para conseguir obter o acordo de um clube inglês para a transferência do jogador Rui Patrício pelos 18 milhões de euros pretendidos pela Sporting SAD, tendo inclusivamente o jogador, satisfeito com esta possibilidade, realizado exames médicos no dia de ontem, com autorização da Sporting SAD. Tudo isto, mais uma vez, com o conhecimento e concordância expressa do Presidente da Sporting SAD», adianta.

«De forma totalmente surpreendente, o negócio acabaria por fracassar ontem ao fim da tarde quando o Administrador Executivo da Sporting SAD, Dr. Guilherme Pinheiro, visivelmente constrangido e embaraçado, transmitiu à Gestifute que o Presidente da Sporting SAD afinal exigia um aumento no preço de 2 milhões de euros: 'mais dois milhões ou não há negócio'. O que foi recusado de imediato pelo clube comprador.»

Ora por isso a agência de Jorge Mendes garante que «o negócio não fracassou por qualquer chantagem da Gestifute. O negócio fracassou por força de uma exigência adicional inopinada e de última hora ao arrepio das condições já perfeitamente definidas e acordadas».

A Gestifute termina o comunicado garantindo que os factos podem confirmados por Guilherme Pinheiro e pelo advogado do Sporting.

Sporting confirma pedido de dois milhões e explica razão

Fonte oficial da direção do Sporting confirmou, ao Maisfutebol, a existência do pedido de mais dois milhões de euros para a transferência de Rui Patrício para o Wolverhampton: isto é, dos 18 para os 20ME.

Esse aumento da parte da SAD leonina aconteceu, explica a mesma fonte, pela relação existente com a proposta do Nápoles pelo guardião.

Os italianos colocaram em cima da mesa 18 milhões de euros, mais dois variáveis. Estes valores seriam pagos a 24 meses e previam uma mais valia futura de 15 por cento. Entretanto, o Wolves apresentou proposta dos mesmos 18ME, pagos em 34 meses, mas com uma mais valia futura de 10 por cento.

Posto este cenário, a instituição de crédito que ia permitir ao Sporting ter a totalidade do dinheiro, cedendo créditos futuros, avaliava a dívida do Nápoles numa taxa de juro de dois a quatro por cento. Já a dívida do Wolves avaliava-se com taxa de juro de 10 a 12 por cento. Tal implicaria, de acordo com a mesma fonte, um custo de mais 1,8 milhões de euros ao Sporting pela transferência de Patrício para Inglaterra.

Além disso, como explicado ao nosso jornal pela dita fonte, o negócio com o Nápoles não avançou porque o presidente do clube napolitano, Aurelio De Laurentis, confirmou ao Sporting que o novo treinador, Carlo Ancelotti, pediu para não fechar o negócio no imediato. Tudo porque o técnico italiano tinha dúvidas sobre Rui Patrício.

Apesar desta circunstância, o Sporting queria garantir, do Wolverhampton, as mesmas condições oriundas do possível negócio com o Nápoles.

[Artigo atualizado]