Jorge Jesus não abdica de receber o último salário do contrato que manteve com o Benfica e que a SAD encarnada não liquidou por considerar que o treinador já estava na altura em contactos com o Sporting.

Este é o ponto de maior divergência entre as duas partes, no âmbito do processo judicial que o Benfica moveu contra o treinador leonino.

Recorde-se que esta queixa deu entrada em tribunal ainda em 2015, poucos meses depois de Jesus trocar o Benfica pelo Sporting, sendo que na mesma a SAD encarnada acusa o técnico de ter provocado sofrimento a 14 milhões de benfiquistas e de ter roubado software do clube, pelo que pede uma indemnização de 14 milhões de euros.

Já Jorge Jesus considera que é tudo falso e acrescenta que o Benfica lhe ficou a dever o último mês de contrato, pelo que pede em tribunal que a SAD  encarnada liquide a dívida de 333 mil euros, que pague as custas judiciais e que pague também uma indemnização no valor de 300 mil euros pelos danos causados à imagem.

Entretanto já houve algumas audiências entre as partes, mas não foi possível entrar em acordo, pelo que o julgamento deste caso ficou marcado para o próximo mês de dezembro.

A verdade, porém, é que pode nem sequer haver julgamento, havendo vontade das duas partes de encerrar a disputa judicial. O primeiro passo foi dado por Luís Filipe Vieira, num encontro informal com Jorge Jesus num hotel. Depois disso, o presidente encarnado e o treinador leonino voltaram a falar um par de vezes sobre a possibilidade de retirarem a queixa e encerrarem este caso, mas Jorge Jesus foi sempre muito peremptório: abdica de tudo menos do mês de salário que diz ter que receber.

O técnico considera que abdicar desse salário seria assumir a culpa, por isso não o faz, e Luís Filipe Vieira considera que pagar esse salário seria também assumir o fracasso da queixa, pelo que também não o quer fazer.

Nesse sentido, as duas partes continuam sem chegar a acordo. Desde o final da época passada que não voltaram a falar, aliás.