Anunciado como sucessor de Sinisa Mihajlovic com um contrato de um ano mais outro de opção, José Peseiro admitiu que tem pela frente um grande desafio no comando técnico do Sporting numa altura em que o clube de Alvalade vive tempos difíceis e de convalescença após meses atribulados que conduziram à destituição de Bruno de Carvalho da presidência dos leões.

«Tenho encontrado contextos difíceis em Portugal, vocês sabem. Contextos em que muitos amigos me perguntam porque é que vou aceitar. Aceito porque sou treinador de futebol, gosto, tenho motivação, ambição e não tenho medo. Não sei dizer se este desafio é mais ou menos difícil do que os outros. Claro que é um grande desafio treinar um Sporting: para qualquer treinador do Mundo.

José Peseiro assinou um contrato válido por uma época, mais outra de opção e disse não recear as implicações que as eleições no Sporting, agendadas para 8 de setembro, possam ter no seu futuro. O novo treinador dos leões referiu ainda que foi pela incerteza vivida no Sporting que assinou um contrato de média duração. «Não fazia sentido, aquando da discussão do contrato, não ter essa noção temporal da possibilidade de que quem vem não tenha de carregar um contrato de dois ou três anos como se passou com alguém há um mês ou mês e meio. O mais importante é trabalharmos, porque o tempo escasseia e, por isso mesmo, mais do que pensarmos em eleições, há que pensar no presente do Sporting», afirmou em conferência de imprensa no Estádio José Alvalade.

O experiente técnico vai assumir o comando técnico dos leões pela segunda vez na carreira, depois de por lá ter passado entre o verão de 2004 e outubro de 2005. «Há 14 anos entrei nesta casa com muita ilusão, motivação e com muita responsabilidade para defender as cores deste clube. Era muito mais jovem e declarei aqui, perante recursos manifestamente inferiores aos dos concorrentes diretos, que queríamos ganhar a Liga e que queríamos ganhar a final da Liga Europa, porque ela se disputava no Estádio José Alvalade. Por pouco não conseguimos concretizar isso. Catorze anos depois, a mesma ilusão, a mesma motivação e a mesma responsabilidade de ser treinador deste enorme clube.»

Peseiro admitiu que a instabilidade no que diz respeito ao futuro do plantel da equipa profissional é uma inevitabilidade nesta altura e que os leões partem um pouco atrás, mas garantiu que o trabalho da sua equipa técnica - que ainda será anunciada - não será perturbado e mostrou-se em sintonia com Sousa Cintra, que disse estar confiante na realização de uma época positiva depois de arrumar a casa seja através da contratação de reforços, do lançamento de jovens valores ou do regresso de jogadores que apresentaram rescisões nas últimas semanas.

Recorde-se que José Peseiro esteve perto de levar o Sporting à conquista da Liga Europa e do campeonato em 2004/05, mas os leões acabaram por vacilar nas últimas semanas da época. O técnico recordou esse período nos leões e disse que o tempo o fez maturar sobre o trabalho realizado nessa altura e que sente agora que realizou um bom trabalho. «O Sporting não é campeão desde 2001/02. Desde o meu ano, por quatro vezes esteve até ao final a disputar a Liga: uma foi com o Paulo Bento, duas foram com o Jorge Jesus e a outra foi comigo.»