Uma coisa é uma coisa. Uma outra coisa é uma outra coisa. Este lugar comum foi, de certa forma, adaptado por Jorge Jesus na antevisão da visita do Sporting a Vila do Conde. Depois da visita ao Real Madrid, o técnico leonino procurou alertar para as dificuldades esperadas diante do Rio Ave. «Histórias diferentes», avisou.

«Uma coisa foi o jogo de quarta-feira, outra é o jogo nos Arcos. O nosso chip tem de estar completamente focado no Rio Ave», começou logo por avisar, em conferência de imprensa.

«É bom ouvir os elogios das pessoas ligadas ao futebol, e mais particularmente dos órgãos de comunicação espanhóis, que deram mais destaque que alguns órgãos de comunicação portugueses. Isso é um incentivo para continuarmos», disse Jesus, que no entanto não quer deslumbramentos, e por isso avisou que o jogo deste domingo apresentará outros desafios à equipa.

«Vai ser mais difícil para termos a qualidade de jogo que tivemos com o Real Madrid. O Real defende de uma maneira, e o Rio Ave defende de outra. Vamos ser mais apertados neste jogo, de certeza. Os jogos em Vila do Conde são sempre difíceis. Estamos preparados para as dificuldades e temos de arranjar soluções para sairmos vencedores e continuarmos a defender o primeiro lugar», resumiu.

Jesus admite «mudar uma peça aqui e outra ali», mas não mais do que isso, embora esteja ainda a avaliar a condição de alguns jogadores, na «ressaca» do jogo no Bernabéu. «Alguns jogadores tiveram dificuldade para acabar o jogo, como o Marvin (Zeegelaar) e o Bryan (Ruiz). Passa tudo pelo último treino. Analisamos o jogador, se está carregado emocionalmente e fisicamente. Isto, hoje em dia, já se consegue saber em termos fisiológicos, mas o olhómetro é que faz a diferença», defendeu o técnico leonino.

Jesus insistiu na necessidade de mudar o «chip», depois da Liga dos Campeões, mas assumiu que essa é uma tarefa difícil: «No fórum de treinadores da UEFA já discutimos isso muitas vezes, mas por mais forte que seja a mensagem, nunca vai ser igual.»

O técnico referiu que o Rio Ave «tem provas dadas relativamente aos três grandes», e «é uma equipa forte em casa, com dinâmicas fortes». «O Sporting tem de estar preparado para ter dificuldades em alguns momentos do jogo, mas o que importa é que, na maioria do tempo, possa ser forte e fazer a diferença para controlar esses momentos», antecipou.

As tradicionais dificuldades que os «grandes» sentem em alguns redutos mereceram depois uma explicação, com Jesus a defender que «os treinadores portugueses são os que têm melhor conhecimento do mundo em termos de estratégia». «Sabem anular os adversários e alcançar esse equilíbrio», sustentou.

[artigo atualizado]