Fábio Coentrão revelou que, no tempo do Real Madrid, chegou a duvidar se ainda saberia jogar futebol.

«Muitas vezes, no Real Madrid, cheguei a pensar: ‘O que se passa comigo? Será que não sei jogar?’», contou o jogador português em entrevista ao jornal «Marca». «E quando ia à Seleção era a altura em que pensava: ‘Não desaprendi. Eu ainda sei jogar’».

O internacional luso explica onde estava a diferença entre o Fábio Coentrão do clube e o da seleção. «A confiança é muito importante. E no Real Madrid não a tinha», frisou.

«Jogas um jogo, depois jogas passado sete jogos... Estás sempre a treinar e sabes que não vais jogar, porque tinha o Marcelo... É normal passar por isso. Deixei-me ir abaixo. Foi isso que me passou comigo. Se pudesse voltar atrás mudaria muitas coisas», reconheceu o internacional português, emprestado pelos merengues aos leões.

«O Real Madrid deu-me muito na vida e tenho que ser grato. Só me fez bem. E por isso quero que ganhe a Liga dos Campeões, o campeonato, as taças… que ganhe tudo», fez ainda questão de dizer Fábio Coentrão.

Na entrevista, em que admite que quer ficar no Sporting até ao final da carreira, o lateral de 29 anos fala também sobre a relação com Jorge Jesus, com quem já tinha trabalhado no Benfica.

«É um treinador muito importante para mim. Foi meu treinador quando eu tinha 19 anos, e foi ele quem me pôs a lateral esquerdo. Tinha a certeza de que trabalhar de novo com ele seria o melhor para mim. E assim foi. Tem muita confiança em mim e isso é fulcral no futebol, pelo menos para mim», frisou.

O lateral foi ainda questionado sobre as lágrimas no jogo com o Astana, após ter sido substituído. «Não vou contar o que se passava comigo naquele dia. A verdade fica comigo. Digam o que quiserem», respondeu o jogador, falando sobre o consolo do abraço de Bruno de Carvalho. «Senti uma coisa boa dentro de mim».

Coentrão foi também questionado sobre algumas notícias sobre o seu comportamento fora de campo. «Que jogava muito pela internet? Este ano falo dentro de campo. Aprendi com o Cristiano que isso é o melhor: falar dentro de campo. Essa é a melhor resposta. As pessoas diziam que não iria jogar, que vinha para Lisboa de férias. A esses vou fazer-lhe uma pergunta quando a época terminar. Levo 31 jogos sem lesões e estou bem».

Para o futuro, Coentrão quer «ser campeão pelo Sporting» e ajudar os leões a «concretizar os objetivos, já que a equipa está ainda em três competições. «Se eu jogar bem, sem lesões, boas coisas virão. Quero que Portugal vença o Campeonato do Mundo. Se eu puder ajudar, estarei lá».