O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, garantiu nesta segunda-feira que não há motivos para justa causa nas rescisões de Gelson Martins, William Carvalho e Bruno Fernandes.

Em conferência de imprensa, o dirigente confirmou também que Bas Dost tinha rescindido, mas deixou o caso do holandês de lado pois não tinha lido a carta de rescisão, que recebera há instantes, apesar de acreditar que o conteúdo fosse idêntico à dos portugueses.

Rui Patrício e Podence rescindiram primeiro e nesta segunda-feira seguiram-se os compatriotas já citados e o ponta de lança.

«Tenho aqui cinco cartas de rescisão, porque a do Dost acabou de entrar. O que estão aqui nestas cinco rescisões não tem qualquer fundamento a nível de justa causa», assegurou Bruno de Carvalho. Uma ideia, aliás, que já referira aquando das cartas de Patrício e Podence.

«Não somos maluquinhos, sabemos perfeitamente o que estamos a dizer», acrescentou.

Bruno de Carvalho garantiu que «a argumentação é fraca», no que respeita às justificações dos futebolistas.

O líder leonino falou ainda em duas situações em que admite sair do cargo: «Ao mesmo tempo que temos as cartas a entrar, temos órgãos de comunicação social a dizer que, se este Conselho Diretivo sair, os jogadores voltam atrás.»

Assim, o presidente do Sporting assumiu que uma carta dos jogadores a assumir essa situação o levaria a deixar o cargo. «Cartas dois seis, não basta de um, na mesma hora demitimo-nos», afirmou, para colocar outro cenário na mesa: através de uma Assembleia Geral de destituição.

Bruno de Carvalho disse que «a coisa mais fácil era apresentar a demissão», mas que, nesse caso, o Sporting «perdia tudo aquilo que conquistou em cinco anos, credibilidade e respeito».

O dirigente prosseguiu: «Não conseguimos perceber o que isso trazia de bom, o que travaria? A única coisa que achamos é que o Sporting está e estará sempre na mão dos sportinguistas. Sairemos por AG de destituição e aí sairemos de cabeça erguida, outra é chegarem os jogadores com a tal carta. E aí apresentaremos a demissão. Mas que percebam o quão pobre vai ser o Sporting a nível de gestão de ativos, liderança, pois vai perder a sua face negocial.»

No entender do líder verde e branco, que respondeu a uma pergunta sobre a situação financeira que pode advir destas rescisões, há quem queira «colocar dúvida e angústia nos sportinguistas sobre se haverá clube ou não».

Por fim, Bruno de Carvalho afirmou: «Não houve proposta pelo William, nem pelo Gelson, nem pelo Bruno [Fernandes]. Houve conversas, não houve formalização, parece-me, pelo Rui Patrício. Mas temos lido que o Sporting recusou proposta do Arsenal pelo Gelson, isto e aquilo. Eu disse que o Sporting não ia vender ou renovar a com jogadores, a não ser aqueles que estavam previstos.»

No final da conferência, foi audível alguma contestação ao presidente leonino, os jornalistas ficaram retidos dentro do auditório, como medida de segurança, mas acabaram por sair sem quaisquer incidentes. Cá fora, havia pouco mais de uma dezena de adeptos contestatários da direção de Bruno de Carvalho.