Ruben Amorim, treinador do Sporting, em declarações na conferência de imprensa após o dérbi com o Benfica no Estádio da Luz:

«Faz parte do futebol, mas é difícil. Mesmo com dez, não deixámos o Benfica criar grandes ocasiões. Sentia-se no estádio que o jogo estava controlado. Com onze, acho que não há dúvidas sobre qual foi a melhor equipa.

Até ao intervalo, nós nem estávamos no nosso melhor, mas estávamos por cima do jogo. Houve uma fase na primeira parte onde construíamos as jogadas e todas as jogadas de perigo do Benfica eram dadas por nós. Ou um ressalto, onde devíamos ser mais fortes, ou porque perdíamos a bola em zonas onde não poderíamos perder. Diria que merecíamos a vitória, mas não aconteceu. O Benfica fez um golo no fim e com o desenrolar do jogo aí, sabíamos que era aguentar ao máximo, porque muda completamente a parte mental de toda a gente. Não conseguimos. Agora, é seguir em frente. Estamos empatados em pontos, em desvantagem em golos e o campeonato é muito longo. É olhar para o que fizemos de bem, para o que não fizemos tão bem e melhorar para o futuro.»

[Esta é a derrota mais dolorosa da sua curta carreira]

«Não. Eu diria que é uma das derrotas mais dolorosas. Obviamente que amanhã ainda vai custar mais. Era importante, mas não decisiva, como disse. Estivemos a três minutos de ter seis pontos de vantagem para estarmos numa situação diferente, deixar o Benfica mais desconfortável e passámos para uma situação de igualdade. Se criasse muito perigo, estivesse por cima do jogo com onze contra 11 e depois massacrasse ainda mais... mas foi completamente o contrário. Fomos melhor equipa, mas acabámos por não vencer. É bastante doloroso, mas já estou a pensar no futuro.»

[Tendo em conta o que disse, acha que o Sporting é melhor equipa do que o Benfica nesta altura?]

«O que eu digo é que foi melhor hoje. Durante o campeonato, todas as equipas vão ter fases. Estou apenas a fazer uma avaliação e acho que é muito óbvio para toda a gente que fomos a melhor equipa. Foi muito claro. Fomos muito seguros nos momentos do jogo, mesmo com menos um. Fomos melhores, mas isso pouco interessa, porque o resultado é o que realmente interessa.»

[Sobre a expulsão de Gonçalo Inácio e se o Sporting deste jogo fez lembrar um pouco o da época passada, em que tudo o que podia correr mal, corria mal.]

«Obviamente que, se olharmos para os momentos do jogo, obviamente foi tudo contra nós. A culpa não é do Gonçalo Inácio, é minha. Vou falar com ele, mas ele é homenzinho e ao sair do campo já sente o que fez. Mesmo assim, aguentámos. É muito frustrante jogar com menos um porque limita-nos muito. (...) Não foi um bom dia para o Inácio, não foi um bom dia para nós, porque acabámos por perder e agora é agarrar as coisas boas.»

Mas o que aconteceu não tem nada a ver com o ano passado, porque no ano passado até empatámos aqui e estávamos numa fase muito má. Aconteceu. É o futebol. Não há comparações com o ano passado. Estamos bem e vamos continuar.»

[Sporting com dez duas vezes nos últimos jogos]

«No dia a seguir ao jogo com o Raków, estávamos a trabalhar com menos um. Hoje, ao contrário do jogo com o Raków, senti a equipa mais confortável. E podem fazer um histórico das equipas que conseguiram ganhar ou não sofrer um golo com menos um. E é difícil de encontrar. Nós aguentámos, até aos 94 minutos estávamos muito bem. E dois minutos depois há uma grande preocupação? A preocupação está sempre lá, vamos tentar melhorar, mas há coisas que não conseguimos controlar. Fomos melhores com dez do que com o Raków. Controlámos melhor tudo o que foi profundidade, cruzamentos, etc.»

[Como se supera uma derrota assim? O que se diz aos jogadores?]

«Uma equipa que quer ser campeã, tem de passar por momentos bons e maus. Levar isto com naturalidade. Hoje custa muito, porque fomos melhores e porque foi no fim. E porque foram bolas que controlámos durante 40 minutos em inferioridade numérica. Não se diz nada. Se queremos ter esta capacidade de lutar por títulos, faz-se uma observação igual à dos outros jogos. Fazemos essa avaliação, arrumamos o jogo e vamos embora, porque estamos em todas as frentes, em segundo lugar e há que continuar.»