A conferência de imprensa do treinador do Sporting nesta terça-feira, em Alvalade, era de antevisão ao encontro com o Schalke, para a Liga dos Campeões, mas foi, obviamente, marcada pelas palavras do presidente leonino.
 
Bruno de Carvalho criticou a equipa pela derrota em Guimarães e, depois de William Carvalho abordar o tema no auditório de Alvalade, foi a vez de Marco Silva.
 
O técnico deu uma longa resposta, mas focou-se no que ele próprio disse após o jogo do Berço, para garantir que como líder nunca deixará a equipa sozinha.
 
«Há um momento na conferência de imprensa em que assumo que não fomos competentes, em que permitimos que o adversário fosse superior a nós», recordou Marco Silva.
 
«Eu disse que o assumia como líder da equipa. Não será num momento negativo que os vou deixar [aos jogadores] sozinhos», continuou o técnico.
 
Marco Silva avisara que a resposta ia ser longa e prosseguiu: «Foi um dia mau nosso, trabalhámos para aquilo não acontecer e temos de dar uma resposta positiva. No dia anterior ao jogo, disse que não éramos os melhores. Disse que os elogios tinham a ver com o momento do Sporting. Naquele dia [véspera de Guimarães] não éramos os melhores em Portugal, passados três dias, não somos os piores. Continuamos a ter virtudes como equipa e alguns aspetos menos positivos, que noutros jogos superámos. Tivemos um dia muito mau e por isso temos de dar uma resposta. Ficámos tristes, pelos adeptos que nos apoiaram. Sabemos que isto mexe com a vida do clube e com a nossa também. Pela derrota, pelos números, mexe um pouco, mas não pode alterar o nosso caminho como equipa. Há três dias estávamos a três pontos do primeiro lugar, agora estamos a seis e está tudo mal. Não, não está.»
 
O treinador leonino admitiu que o grupo «tem consciência disso», ou seja, de que não está tudo errado, para depois abordar as palavras de Bruno de Carvalho.
 
«O presidente disse o que disse, da mesma forma que quando vencemos fala», resumiu, sem querer cometar o timing da declaração do dirigente - «Quem sou eu?», interrogou marco Silva.
 
O treinador voltou às palavras que ele próprio proferiu no rescaldo imediato de Guimarães, para afirmar que se devia ter olhado para todo o contexto. «Vi umas pinceladas na imprensa, a dizer que era um puxão de orelhas. Já disse o que tinha a dizer à equipa», sublinhou.
 
Marco Silva tinha argumentado já que a falta de agressividade foi «um dos aspetos apontados» na conferência de imprensa que deu após a derrota no Berço.
 
«Mas não apontei apenas esse, falámos de um aspeto em que o adversário foi superior, mas não foi só por aí. Tivemos um dia mau e temos de assumi-lo», dissera.
 
Jogo com o Schalke: «Não tenho receio do árbitro»

«Se era algo de que éramos elogiados, de sermos agressivos, pressionantes, sem deixar o adversário praticar o futebol que mais quer para o jogo, não tivemos um dia positivo nesse aspeto. Já vimos, sabemos que caminho queremos e tenho a certeza de que amanhã vamos ter um Sporting ao nível de jogos anteriores», frisou.
 
O treinador do Sporting foi questionado de novo acerca do assunto, sobre de que maneira é as declarações de Bruno de Carvalho caíram no balneário, se foi encarado como chamada de atenção ou revolta.
 
«Não vou responder, é balneário, quatro paredes e não falo», rematou.
 
Quanto ao estado de espírito, «é outra coisa, tem de ser de vitória, porque é faz parte do ADN do clube» e é «a ambição do grupo».