Duas semanas depois e uma pausa para as seleções pelo meio, a Liga voltou para a 4.ª jornada. Pontapé de saída em Arouca, onde a equipa da casa recebia um Benfica «depenado» de algumas das suas principais figuras. Pela primeira vez, Rui Vitória tinha de ir a jogo sem Jonas, Mitroglou e Raúl Jiménez, todos lesionados.

Um drama para os adeptos encarnados; sem dramas para Vitória, fiel ao discurso de sempre. O Benfica não tinha outro remédio que não ir a Arouca com uma dupla inédita de avançados (a quarta em outras tantas jornadas na presente edição da Liga): foram a jogo Gonçalo Guedes e o reforço Rafa.

A sociedade de recurso não funcionou mal mas esbanjou demasiado. Valeu aos encarnados o acerto de Lisandro López e a sorte de Nélson Semedo, num jogo que os tricampeões nacionais podiam ter vencido por números superiores. A equipa de Lito Vidigal sofreu na primeira parte e equilibrou-se na segunda parte. Reduziu, mas ficou-se por aí e perdeu por 2-1 num encontro marcado pela estreia do adolescente Zé Gomes, que foi lançado por Rui Vitória já em período de descontos.

O Benfica dormiu líder e chutou a pressão para os rivais, que entravam em campo no dia seguinte.

O Sporting simplificou a tarefa e antes do intervalo já tinha o encontro com o Moreirense praticamente resolvido: 1-0 com um golo de Gelson e o Moreirense reduzido a dez por expulsão de Neto. A equipa de Pepa foi presa fácil para o leão, que chegou aos 3-0 ainda antes da hora de jogo. Em campo estiveram seis reforços, e dois deles marcara (Campbell e Bas Dost). Boas notícias para Jorge Jesus, que recuperou com autoridade a liderança do campeonato.

Pouco depois do apito final do Sporting-Moreirense, o FC Porto entrava em campo no Dragão contra o V. Guimarães. Depois do desaire em Alvalade, duas semanas antes, a equipa de Nuno Espírito Santo não podia voltar a vacilar, sob pena de ficar com um atraso preocupante ainda numa fase precoce da época.

E não vacilou. Ainda que com laivos de alguma felicidade (golo de Óliver e autogolo de João Aurélio), os azuis e brancos justificaram os três pontos e voltaram a deixar sinais positivos neste arranque de época.

À 4.ª jornada, há ainda cinco equipas sem qualquer derrota em prova: Sporting (única só com triunfos), Sp. Braga, Benfica, V. Setúbal e Desportivo de Chaves. Melhor desde a viragem de século só em 2009/10, com Sp. Braga, Benfica, FC Porto, Rio Ave, União de Leiria e Olhanense.

Duas delas defrontaram-se neste fim-de-semana. No domingo, Desportivo de Chaves e V. Setúbal empataram sem golos em Trás-os-Montes, num dia pouco inspirado a nível de golos: quatro em quatro jogos. Depois de três derrotas seguidas, o Estoril arrancou o primeiro ponto no campeonato em Paços de Ferreira (0-0), enquanto o Marítimo perdeu em casa com o Rio Ave. Um golo de Guedes, aos 40’, deu a vitória à equipa de Nuno Capucho e agudizou a crise dos insulares, que estão há cinco meses sem vencer nos Barreiros.

Se a vida do Marítimo está complicada, pior está a do Nacional, que um dia antes averbou a quarta derrota na Liga, esta última em casa do Belenenses (2-1). Um conjunto de Manuel Machado até começou bem (Nené Bonilla abriu a contagem aos 7 minutos), mas os azuis do Restelo deram a volta na segunda parte. Camará empatou na conversão de uma grande penalidade aos 65’, enquanto Bonilla marcou na própria baliza já nos minutos finais. O Nacional é a única equipa sem pontos após a 4.ª jornada.

Num plano quase oposto está o Sp. Braga, que juntou-se ao Benfica no segundo lugar da Liga uma semana antes da visita à Luz. Sem Rafa, foi Pedro Santos a assumir a batuta da equipa de José Peseiro, com um golo e uma assistência na vitória expressiva por 3-0 sobre um Boavista que não merecia um castigo tão pesado.

A 4.ª ronda da Liga foi encerrada por Feirense e Tondela. A equipa de Petit voltou a perder (2-1) e continua com um ponto na Liga, contra seis do conjunto orientado por Mota. Tasos Karamanos, avançado grego que chegou esta época ao clube recém-promovido ao principal escalão do futebol português, foi a figura da partida, ao anotar um bis. Leva três golos na Liga e é, para já, o melhor marcador da competição, a par de Marega e Pedro Santos.