É um leão de falinhas mansas, mas de volta ao trono da Liga, ainda que de forma partilhada. O discurso é modesto, politicamente correto, de quem garante que não é candidato ao título, e vai continuar assim, mas dentro de campo a equipa diz outra coisa.

Para lutar pelo título também não é preciso apresentar candidatura formal, na verdade, e o estatuto de equipa mais sólida do campeonato merece correspondência com o topo da tabela, pelo menos para já.

A equipa de Leonardo Jardim joga bem, mas a sua maior virtude é outra. Este leão é sólido, seguro, confiante. Noutras ocasiões talvez se tivesse deslumbrado com a possibilidade de ser líder, talvez tivesse encarado o duelo de forma desequilibrada. Este Sporting não, e voltou a mostrar isso no triunfo gordo sobre o Paços de Ferreira (4-0).

Frente a um adversário que desde cedo apresentou um bloco baixo, a equipa leonina soube evitar a armadilha. Rodou a bola à procura de aberturas e foi fiel às movimentações tradicionais, como as entradas de André Martins entre o central e o lateral esquerdo.

Foi assim que surgiram as primeiras jogadas de perigo, de resto, com a equipa da casa inclinada para a direita. Aos 19 minutos o médio esteve mesmo perto de marcar, mas Ricardo evitou isso com um grande corte. Na sequência do canto o Sporting marcou mesmo, por William Carvalho, após desvio ao primeiro poste.

Resposta tímida antes do regresso aos golos de Montero

O Paços de Ferreira procurou reagir, apareceu no meio-campo do Sporting, mas nunca conseguiu colocar-se em situação clara de golo, pese embora o esforço de Rúben, o falso ponta de lança.

O Sporting concedeu alguma liberdade a mais ao Paços, nesta altura, mas ainda assim os lances de maior perigo continuavam a estar junto da baliza de António Filipe, que aos 35 minutos teve de corrigir um erro de Ricardo, que à saída da área deixou fugir a bola para Montero.

Henrique Calisto trocou Fernando Neto por Caetano logo ao intervalo, mas o Paços pouco ou nada melhorou, e o Sporting embalou para uma vitória bem saborosa, ainda para mais com o regresso de Fredy Montero aos golos.

O colombiano fez o 2-0 aos 51 minutos, após jogada de Carrillo pela esquerda, e voltou a festejar aos 72 minutos, na conversão de uma grande penalidade a punir falta sobre Filipe Anunciação (expulso), numa altura em que Adrien, o habitual cobrador, já tinha saído.

As contas foram fechadas por André Martins, a um minuto do fim. O quarto golo leonino, para a quarta goleada da época.