Esta seleção de sub-21 é uma verdadeira máquina trituradora. Depois da goleada à Noruega (5-1), no primeiro jogo da fase de qualificação para o Euro-2015, os comandados de Rui Jorge deram esta quinta-feira o mesmo tratamento a Israel (3-0), já depois de, pelo meio, também terem despachado a Polónia com um 6-1 num jogo de preparação. Esta tarde, nem se assistiu a uma grande exibição. Portugal passou noventa minutos a chocar contra o «muro» israelita, mas não se pode lamentar porque no final tinha um saldo de mais quatro golos Venha agora o Azerbaijão que estes miúdos estão com fome de bola.

Um grupo que já tinha demonstrado que era forte e que esta tarde foi reforçado na defesa por Tiago Ilori e no ataque com Bruma, dois jogadores que estiveram no Mundial sub-20 e que agora se estrearam pelos sub-21 de Rui Jorge. Com Ricardo Esgaio a recuar para lateral direito, William Carvalho à frente da defesa e três médios muito móveis no apoio à dupla de ataque constituída por Bruma e Ivan Cavaleiro, Portugal teve, no entanto, dificuldades em entrar no jogo.

As notas de Rui Jorge sobre Israel estavam corretas. A equipa orientada por Michael Nees joga num 4x4x2 clássico, com um forte pendor ofensivo, subindo em bloco no terreno. Portugal até tinha espaços, para responder em velocidade, mas nos primeiros minutos, Portugal sentiu muitas dificuldades em calibrar os passes que saíam sucessivamente para os pés do adversário. Apesar de tudo, sem ter criado um lance de perigo, Portugal ganhou vantagem, aos 16 minutos, num canto marcado por Sérgio Oliveira. Paulo oliveira desviou na área e a bola sobrou para William Carvalho que encheu o pé para o primeiro da tarde.

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Israel procurava explorar o flanco esquerdo e obrigava Paulo Oliveira e Tiago Ilori a concentração máxima, enquanto Portugal continuava a sentir dificuldades na construção, apesar das sucessivas incursões de Bruma, Ivan Cavaleiro e Sérgio Oliveira pelos flancos. Mesmo a fechar a primeira parte, Portugal chegou ao segundo golo, outra vez pelos pés de Sérgio Oliveira que cruzou, desta vez da direita. Ivan Cavaleiro saltou com o guarda-redes israelita, mas a bola escapou para o segundo poste onde surgiu Bruma, em corrida, a desviar de cabeça para o segundo da tarde. Com uma exibição descolorida, Portugal chegava ao intervalo com uma vantagem confortável.

As mesmas dificuldades a abrir a segunda parte, com a defesa israelita, bem organizada, a subir em bloco e a deixar os avançados portugueses sucessivamente fora de jogo. Portugal demorou outra vez a calibrar o tempo e a precisão do passe, mas foi afinando em cima de muitos erros. O meio-campo parecia estar mais organizado, tinha mais bola, mas depois não a conseguia fazer chegar à área israelita. Uma exceção para um lance individual de Bruma, que culminou com um remate por cima, porque de resto foi um constante choque com o muro israelita.

Mas Portugal não se pode lamentar, pelo contário. Sem jogar muito, lá chegou o terceiro golo, aos 78 minutos, em mais um lance de bola parada. Livre de Tozé, à procura de William, mas Tawatha antecipou-se e desviou de cabeça para as próprias redes. Quem tinha a lamentar era Israel que jogava de igual para igual e, sem saber como, estava a perder por 0-3.

Ainda houve tempo para a entrada de Ricardo Pereira e mais duas oportunidades flagrantes para se chegar a nova goleada, mas isso também era pedir demais. Portugal soma, assim, o segundo triunfo, e lidera o Grupo 8 com seis pontos. Terça-feira há novo jogo, em Baku, frente ao Azerbaijão.