Rui Jorge admitiu este sábado, em conferência de imprensa, que a seleção de Sub-21 tem acusado a «grande responsabilidade» de procurar aproximar-se do «passado de qualidade de jogo» patenteado pelas gerações anteriores, na antevisão do jogo deste domingo com a Inglaterra, relativo aos quartos de final do Campeonato da Europa da categoria.

Sub-21: Portugal na máxima força para o embate com a Inglaterra

«Os sub-21 têm posto a fasquia muito alta em termos de qualidade. Se calhar, é por isso que, nesta altura, as opiniões estejam um pouquinho condicionadas. Penso que isso tem penalizado os jogadores em relação à sua prestação. Eles têm sido bravos e altamente solidários. A equipa tem lutado imenso e com muito coração, mas, efetivamente, não tem atingido a qualidade de jogo que outrora conseguimos. Não é justo penalizá-los da forma como estão a ser penalizados por isso», analisou o selecionador.

Nesse sentido, Rui Jorge quer que os seus jogadores «continuem a demonstrar a sua paixão por competir» e elevem a qualidade no primeiro jogo a eliminar, que vale um lugar nas meias-finais e até pode confirmar uma nova qualificação para a próxima edição dos Jogos Olímpicos. «Quero que possamos melhorar a qualidade. Eles não se importam de carregar às costas todo o peso da qualidade de jogo que lhes metem. Sabemos que é algo com que temos de lidar. Vai haver a mesma vontade, porque penso que não tem faltado nada», projetou.

Portugal, que terminou na segunda posição do Grupo A, defronta a Inglaterra, que o Grupo C sem derrotas, no domingo, a partir das 20h00 locais (17h00 em Lisboa), no Estádio Ramaz Shengelia, na cidade georgiana de Kutaisi.

«A Inglaterra é uma equipa fantástica e está recheada de excelentes jogadores, que têm funcionado muito bem coletivamente. Tem sido bastante sólida em termos defensivos e muito acutilante em termos ofensivos. Espero defrontar uma grande seleção. Há alguma incógnita sobre o domínio do jogo, mas acredito que seja equilibrado e tenha transições, que podem ser perigosas para cada lado. Pode ser um belíssimo espetáculo», apontou.

Portugal apurou-se pela terceira vez nas últimas cinco edições para a fase a eliminar do Europeu de sub-21 e volta a estar no lote dos oito finalistas, depois de uma primeira fase irregular, na qual perdeu face à anfitriã Geórgia (2-0), empatou frente aos Países Baixos (1-1) e venceu de forma crucial a Bélgica (2-1), com um penálti marcado aos 89 minutos.

«Creio que não tenha havido um jogo em que não tenha falado com os meus jogadores e apontasse situações a melhorar. Isso é uma constante, independentemente do resultado. Muitas vezes, esse resultado nem traz as maiores críticas da minha parte, mas existirão sempre coisas que temos e queremos melhorar, tal como outras que temos e queremos continuar a fazer bem», indicou Rui Jorge.

Além de estar na luta pelas meias-finais do Europeu de sub-21, Portugal pode consumar, desde já, a quinta presença nos Jogos Olímpicos, depois de Amesterdão1928, Atlanta1996, Atenas2004 e Rio2016. «Se repararem, quase todas as equipas fazem contas desde a primeira partida e poucas foram as que não precisaram disso. Não jogamos para fazer contas, mas para atuar bem e conseguir ser melhor do que o adversário. [Um eventual ‘play-off’] Não entrará no nosso pensamento. Os jogadores vão para dentro de campo com tarefas definidas e não com resultados na cabeça. Se o fizerem, alguma coisa não estarão a fazer de bem», destacou ainda.