Costuma ser assim. A Inglaterra não ganha o primeiro jogo em fases finais do Campeonato da Europa, mas depois ganha o segundo. Foi assim em 1996, 2000, 2004 e, agora, em 2012. Um grande jogo no Olímpico de Kiev, com uma segunda parte frenética, com duas reviravoltas no marcador e a acabar com o primeiro triunfo da Inglaterra sobre a Suécia em jogos oficiais (3-2). Um resultado que deixa os escandinavos, tal como os irlandeses, desde já de fora da luta pelos quartos de final.

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Roy Hodgson procurou tirar proveito do seu profundo conhecimento do futebol sueco, onde foi sete vezes campeão - Halmstad (2) e Malmö (5) . e explorar as debilidades defensivas dos escandinavos que nos últimos sete jogos sofreram nove golos. Contra a equipa mais alta do Euro-2012, o selecionador inglês apostou no «gigante» Andy Carroll e, numa fase inicial, acabou por ser recompensado.

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Tal como frente à França, a Inglaterra entrou na expetativa, deu a bola ao adversário e concentrou-se em fechar os caminhos para a baliza de Joe Hart. A Suécia entrou melhor, agora com Elmander ao lado de Ibrahimovic, mas a primeira oportunidade foi dos ingleses, com um remate de Scott Parker a obrigar Isaksson a grande defesa. Era o sinal para a viragem no jogo. Aos poucos, os ingleses foram ganhando terreno, com Milner a abrir caminho pela direita. Aos quinze minutos já era a equipa de Hodgson que mandava na partida e, aos 23, passava mesmo para a frente do marcador. Grande passe de Steve Gerrard e Andy Carrol a elevar-se entre os centrais para cabecear sem oposição para as redes de Isaksson. Foi a segunda assistência do capitão do Liverpool neste Europeu, já depois de ter feito para o passe para o golo de Lescott frente à França.

A Suécia tentou reagir, mas sentiu muitas dificuldades na fase de construção, com a Scott Parker em plano de destaque neste capítulo, a destruir o jogo dos de amarelo. Uma derrota afastava a Suécia dos «quartos» e o ritmo de jogo subiu a olhos vistos na segunda parte, com a Suécia a subir no terreno e a virar o jogo, em dez minutos, com dois golos de cabeça de Mellberg, contando com a colaboração de Glenn Johnson no primeiro.

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Agora era a Inglaterra que estava em dificuldades, mas não havia tempo para respirar, com as oportunidades a sucederem-se de um lado e do outro. Hogdson abdicou de Milner para lançar Walcott e voltou a acertar. O avançado do Arsenal marcou o golo do empate, com um remate de ressaca à entrada da área e, depois, fez a assistência para o fabuloso Welbeck, em rotação, com o calcanhar. Segunda reviravolta no jogo, quando já sobrava pouco tempo e escasseavam as forças no lado dos suecos.

Ainda assim, a emoção prosseguiu intensa até final, com a Suécia a espremer as suas últimas forças na direção da baliza de Joe Hart, mas as melhores oportunidades voltaram a ser da Inglaterra em rápidos contra-ataques. A vitória deixa a equipa de Hodgson com os mesmos quatro pontos do que a França e mais um do que a Ucrânia com que vai decidir o apuramento para os quartos na última ronda, com um Wayne Rooney fresquinho.