Tudo começou no golo mais rápido de uma final europeia. Diego Costa não foi de modas e abriu o livro aos 49 segundos. O das páginas de um duelo frenético, no primeiro encontro oficial do Real Madrid pós-Cristiano Ronaldo.

O brasileiro levou tudo à frente e esteve nos quatro golos do Atlético: marcou dois e gerou outros tantos. Quatro dos seis de um jogo com prolongamento, duas reviravoltas e final em festa para o Atlético de Madrid: triunfo por 4-2 em horas extra, selado num pontapé fantástico de Saúl e numa jogada soberba sem perdão Real no pé direito de Koke. E vão três em três na Supertaça. Uma Super Taça para os colchoneros.

Tallinn encheu-se de Madrid e assistiu a uma final de portentoso espetáculo. Já lá não estavam Zidane e Ronaldo. Modric ficara no banco, mas o Real entrou com um onze sem reforços na Le Coq Arena. O Atlético estreou Lemar e Rodri, com Simeone em fervor e sofrer na bancada.

E havia razões para sobressalto. Tanto quanta atenção precisa, para tamanha vontade, pressão no respetivo meio campo contrário e apetite voraz pelo golo.

Dele deu a provar Diego Costa, na primeira história bonita do jogo. Lançou-o Godín em profundidade e o resto foi um trabalho sublime do avançado a superar Ramos, Varane e Navas: tiraço para o fundo da baliza, 1-0.

Despertar tardio para o Real, sucumbido à pressão forte que Simeone e o seu Atlético já habituaram. Foi assim nos primeiros 15-20 minutos, até aos merengues respirarem, com mais sentido e aproveitamento na exploração da largura do campo.

Isco e Kroos subiram de rendimento, o Real foi tendo mais passe e posse. Mais Bale e Asensio. Este já tinha assustado Oblak, dez minutos antes de um natural 1-1: o galês ultrapassou Hernández pela direita e Benzema teve cabeça ao segundo poste para empatar, nas costas de Savic.

O golo acentuou ainda mais o crescimento do Real, sustentado na subida dos laterais, meio campo na mesma linha e novamente Bale e Asensio. O primeiro tentou à “bomba” já depois do espanhol ter falhado a reviravolta por um triz logo após o 1-1.

FICHA E FILME DO JOGO

Grande primeira parte em Tallinn, igual segunda, com mais um golo para cada lado. Porventura já sem a intensidade da primeira parte, as duas equipas nunca enjeitaram o ataque. O Atlético pareceu reentrar melhor, mas foi um suspeito destas finais madrilenas a aparecer.

Juanfran, imprudente, tocou a bola com o braço e Sergio Ramos completou a reviravolta de penálti, perante Oblak (63m). Em nova vantagem, sem ter acelerado tanto, o Real Madrid parecia ter maior controlo e Varane até podia ter ampliado.

Mas havia um nome a reter nesta final: Diego Costa. Já sem o equilíbrio de Casemiro em campo, Juanfran e Correa desmontaram o muro merengue e Diego, oportuno, apareceu mortífero entre Varane e Carvajal (79m)

O golo gerou expetativa e contenção e só Marcelo podia ter evitado o prolongamento, num pontapé à meia volta falhado.

Das horas extra, serviu-se a maior raça e fulgor do Atlético. O Real perdeu-se atrás, sobretudo por Varane, que abriu autoestrada para Partey, após tabela com Diego Costa, servir Saúl para um golaço e nova reviravolta (98m), selada num espaço de seis minutos com a melhor jogada coletiva.

Quem lá estava? Diego Costa, claro. Deu início e ajudou ao fim. O espanhol ganhou a Carvajal na raça, protegeu na área para depois Hernández servir Koke: o 4-2 deu conforto, segurança e gestão até final.

Simeone leu, da bancada, o que Lopetegui não conseguiu no banco. Fim de história.

[resumo: imagens Eleven Sports]