Até há bem pouco tempo a Supertaça Cândido de Oliveira de 1988 era o único troféu a nível nacional que figurava no historial de 91 anos do V.Guimarães. Feito mítico que vem ao de cima com a presença das gentes da Cidade-Berço em nova disputa pelo troféu.

É a terceira vez que o V.Guimarães disputa a Supertaça, a terceira vez diante do FC Porto e a primeira vez em que está lá por direito próprio e com a legitimidade de quem foi o vencedor da Taça de Portugal. Nas outras duas ocasiões os minhotos marcaram presença neste troféu como finalista vencido da Taça de Portugal diante de um FC Porto campeão e vencedor da Taça.

O Maisfutebol ouviu António Carvalho, o capitão que ergueu a Supertaça em 1988; e um dos grandes obreiros de tal feito, o guarda-redes Neno que susteve o ímpeto Portista na segunda mão fazendo prevalecer a vantagem do jogo de Guimarães. Reviva a história no nosso jornal.

Dois anos é muito tempo

A última vez que o V.Guimarães disputou a Supertaça foi há duas épocas no mesmo palco em que esta época se disputa o troféu, Aveiro, e com o mesmo adversário. E é caso para dizer que dois anos é mesmo muito tempo face à conjectura atual da equipa vimaranense.

Nestes dois anos alterou-se quase tudo na estrutura do clube vimaranense. Apenas dois jogadores que disputaram a Supertaça em 2011 se mantêm no atual plantel. O agora capitão Leonel Olímpio e Barrientos são os únicos que repetem o feito. Douglas foi suplente e viu do banco os dois golos que Rolando marcou a Nilson.

Mas para além do plantel muita coisa mudou no V. Guimarães. O treinador não é o mesmo, Rui Vitória ocupa agora o lugar que foi de Manuel Machado, e até o presidente já não é o mesmo. Júlio Mendes sucedeu a Emílio Macedo alterando por completo o paradigma do clube e a filosofia desportiva.

Carvalho e Neno foram dois pilares

Se dois anos é muito tempo, 25 anos é muito mais e por vezes a memória prega algumas partidas. Podem falhar alguns pormenores, mas as recordações daquele dia em que o V.Guimarães foi às Antas buscar a Supertaça ao FC Porto estão mais do que vivas. Neno e Carvalho ainda mantêm contacto atualmente e ressalvam a importância um do outro naqueles dois jogos.

Atualmente com 52 anos, António Carvalho é treinador da Associação Desportiva Oliveirense. Neno recorda-o como um médio com «tarimba» e como um «capitão da terra»: «O capitão na altura era o Carvalho, gente aqui da terra, gente conhecedora do clube e conhecedora da mística que se vive aqui. Um jogador como o Carvalho já tinha uma certa tarimba no meio campo».

Por sua vez, hoje com 51 anos Neno mantém-se em funções no V. Guimarães como Relações Públicas. Carvalho atribui-lhe uma grande dose de preponderância na conquista do troféu: «O Neno nos primeiros vinte minutos foi o que nos safou, tivemos uma grande pressão e reconheço que o Neno esteve muito bem e foi ele que nos safou».